O avanço da vazão dos rios Jacuí e Taquari já começa a impactar diretamente Porto Alegre e deve provocar uma nova elevação do nível do Guaíba nas próximas horas, com risco de agravamento da situação nas ilhas da capital gaúcha.
A preocupação se concentra, principalmente, na tarde e noite desta sexta-feira (20) e na manhã de sábado (21). A previsão aponta que, além do aumento natural da vazão, o fenômeno será intensificado pela atuação de um vento Sul, que pode gerar represamento das águas. A expectativa é de rajadas entre 50 km/h e 80 km/h no Norte da Lagoa dos Patos, efeito de uma área de baixa pressão que se desloca sobre o Leste do Rio Grande do Sul, trazendo também chuva para a região.
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Risco de transbordamento
Com esse cenário, o nível do Guaíba pode superar a cota de alerta de 2,50 metros no Cais Mauá, com possibilidade de atingir a cota de transbordamento de 3,00 metros no início da próxima semana, especialmente na segunda (23) e terça-feira (24). Isso ocorrerá devido à combinação da forte vazão dos rios e ao ingresso de uma massa de ar polar, que deve reforçar os ventos Sul e Sudoeste, mantendo o represamento das águas.
A história climática da cidade mostra que, sob ventos intensos do quadrante Sul, o Guaíba pode subir de 30 cm a 50 cm em poucas horas, o que torna o alerta ainda mais relevante para o início da semana.
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Desalojados nas ilhas e risco no Centro
A Defesa Civil já considera certa a ocorrência de desalojados e desabrigados nas ilhas de Porto Alegre, que estão entre as áreas mais vulneráveis. Já o risco de transbordamento no Cais Central, protegido pelo Muro da Mauá, é visto como uma possibilidade de médio risco no momento.
Mesmo que não haja transbordamento, especialistas alertam que alagamentos podem ocorrer por refluxo da rede de esgotos, especialmente em regiões como a Voluntários da Pátria, a Rodoviária e a Praia de Belas, quando o Guaíba ultrapassa os 2,50 metros ou 2,60 metros, situação já registrada em enchentes passadas.
Recorde de maio não deve se repetir
Apesar da preocupação, os meteorologistas descartam, até o momento, que o Guaíba alcance níveis extremos como os registrados na enchente de maio de 2024, quando o nível ultrapassou 4,00 metros, provocando inundação em bairros do Quarto Distrito e do Centro Histórico. A expectativa é que a cheia atual fique abaixo dos 3,50 metros, marca do pico da enchente de novembro de 2023, embora já haja pontos críticos sendo monitorados.
A MetSul Meteorologia reforça que continua acompanhando a situação e emitindo alertas por meio de seus canais, incluindo o WhatsApp, para manter a população informada sobre as condições do tempo e possíveis riscos climáticos.