ABJD repudia aumento de 16,38% aprovado pelo Supremo e MPF

Entidade envia carta aos integrantes do Congresso Nacional relatando o descontentamento com o reajuste salarial dos magistrados: “Soa como deboche e descaso com o que está acontecendo no país”

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[caption id="attachment_138275" align="alignnone" width="900"] Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF[/caption] A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) encaminha carta aos integrantes do Congresso Nacional, na qual manifesta repúdio acerca dos reajustes do Judiciário e do Ministério Público. Acompanhe a íntegra abaixo: Excelentíssimos senhores membros do Congresso Nacional A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), entidade que congrega membros de todas as carreiras jurídicas, estudantes de direito e membros da academia, vem a público manifestar seu repúdio ao aumento de 16,38% no subsídio dos magistrados brasileiros e membros do Ministério Público, decidido pelo Supremo Tribunal Federal em sessão administrativa na última quarta-feira, dia 08 de agosto de 2018 e pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal no dia 10 de agosto de 2018. Enquanto o governo Temer faz mais anúncios de corte de benefícios e de investimentos em saúde, educação, pesquisa e tecnologia, a pobreza extrema volta a ser uma realidade no Brasil e a reforma trabalhista produz seus efeitos nefastos sobre a vida das trabalhadoras e dos trabalhadores, o Supremo Tribunal Federal e o Ministério Público Federal tomarem uma decisão que, por seu efeito cascata, terá impacto de mais de R$ 4 bilhões nas contas da União e dos estados, sendo 717,2 milhões por ano  apenas no Judiciário federal nas três instâncias, soa como deboche e descaso com o que está acontecendo no país. Neste sentido, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia - ABJD que acompanha o comportamento do Poder Judiciário e do sistema de justiça, incluindo o debate sobre remuneração de cargos das carreiras jurídicas, dirige-se aos membros do Congresso Nacional, exigindo um mínimo de coerência do Poder Legislativo que, por sua maioria, aprovou o chamado “pacote de maldades” do governo Temer, para que diga não aos privilégios, rejeitando esse projeto injusto e indigno.