Acusado de assédio sexual, médico de São Vicente (SP) se diz 'absolutamente indignado'

Advogado Marcelo Cruz diz que o profissional nega todas as acusações e que registrou um boletim de ocorrência contra uma das pacientes do Centro de Combate ao Coronavírus da cidade

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Do Folha Santista

Alvo de duas acusações de assédio sexual, o médico Roberto Ivo Pasquarelli Neto, está “absolutamente indignado” com as acusações. Uma recepcionista de 29 anos e uma vendedora de 27 alegaram terem sofrido o assédio durante consulta no Centro de Combate ao Coronavírus de São Vicente, no litoral de São Paulo, após terem sintomas da covid-19. As duas jovens denunciaram às autoridades a conduta do profissional, que, segundo a prefeitura, foi afastado.

O advogado criminalista Marcelo Cruz, responsável pela defesa do médio, afirmou que Pasquarelli Neto nega todas as acusações e que ele registrou um boletim de ocorrência de denunciação caluniosa e injúria contra uma das pacientes.

“Ele não só nega visceralmente como encontra-se absolutamente indignado. Ele está tão indignado que foi até a delegacia registrar boletim de ocorrência de injúria, tamanha a indignação. [A denúncia] trouxe um abalo profissional, social e sobretudo familiar”, afirmou Cruz, ao G1, nesta quinta (13).

O médico confirma que atendeu a recepcionista de 29 anos, Vivian Herculano Salvatore, mas o defensor diz que é "impossível" que os acontecimentos narrados tenham acontecido, alegando que a porta do consultório estava aberta."Por ser um órgão de saúde pública, há pessoas passando o tempo todo, e a porta estava a todo instante aberta", disse.

Segundo a paciente, o médico disse que ela não sofria de covid-19, mas de estresse e que “para desestressar, precisava de três coisas: oportunidade, vontade e coragem”. “Ele começou a falar em um tom de voz mais baixo. Ele me disse: ‘uma dessas três coisas te falta: a oportunidade você tem agora, o que te falta, coragem ou vontade?’. Nessa hora, ele levantou da mesa dele e parou na minha frente, perguntando se eu não tinha coragem, e que era só fechar a porta. Ele também perguntou se eu não tinha vontade de calor humano, um abraço, que me desestressava”, relatou Vivian, na denúncia.

A segunda paciente, a vendedora Jocimari Fonseca, relatou conduta e declarações semelhantes do médico. No entanto, a solicitação do advogado é relativa à denúncia de Vivian, uma vez que ainda não realizado nenhum registro formal da ocorrência.

O advogado explica que essa solicitação é relativa à denúncia de apenas uma das vítimas, a recepcionista, e que não foi realizado nenhum registro formal a respeito da vendedora, porque ainda não foi feito um boletim de ocorrência sobre o segundo caso