Adolescente algemado por vender bala em shopping do RS abre BO por racismo; veja vídeo

Na gravação, jovem aparece deitado no chão do estabelecimento, sendo algemado por um policial: "Parece que eu roubei vocês! Eu estava só vendendo bala"

Caso aconteceu no shopping Bourbon Wallig, em Porto Alegre. (Foto: Reprodução/Redes sociais)
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Um adolescente negro de 15 anos foi abordado de forma violenta e injustificada pela Brigada Militar no Shopping Bourbon Wallig, em Porto Alegre, por estar vendendo balas dentro do local.

O caso, que aconteceu na última semana, foi registrado em vídeo por testemunhas. Na gravação, o jovem aparece deitado no chão do estabelecimento, sendo algemado por um policial.

"Parece que eu roubei agora! Todo mundo vai falar que eu roubei. Aí, podem gravar por favor? Eu entrei no shopping vendendo bala, o que vocês estão fazendo? Parece que eu roubei vocês. Parece que eu roubei. Eu não roubei! Por que vocês estão fazendo isso comigo? Parece que eu roubei vocês. Eu estava só vendendo bala. Só estava sentado ali conversando!", grita o adolescente enquanto é abordado.

https://twitter.com/matheuspggomes/status/1483908509053988869?s=20

Família abre boletim de ocorrência

A subcomandante do 11º Batalhão da Polícia Militar, Michele Maria, justificou à Rádio Gaúcha que as algemas foram utilizadas porque o jovem, que tem a mesma altura dos policiais, teria resistido fisicamente a uma tentativa de condução feita pelos policiais militares e seguranças do shopping.

No entanto, a vereadora suplente de Bruna Rodrigues (PCdoB) e presidente da União da Juventude Socialista de POA, Fabíola Loguercio, afirma que o menor estava sentado no momento da abordagem, e que a ação foi truculenta.

Nesta segunda-feira (24), a UJS acompanhou a família do jovem à Delegacia de Combate a Intolerância para registrar um boletim de ocorrência por racismo.

"Junto a família temos tomado todas as medidas cabíveis para exigir justiça. Sabemos que para o jovem negro, resta a expulsão do shopping, espaço elitista e branco, sem qualquer motivo. Não é possível que a juventude negra siga tendo espaços negados e sofrendo violência. Casos como esses, apesar de muito comuns no nosso país, não podem ser naturalizados! Racismo é crime e exigimos justiça!", escreveu Rodrigues em publicação nas redes sociais.