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O advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, rebateu neste sábado (22), por meio do Twitter, a afirmação de Merval Pereira de que teve "várias conversas" com o então juiz da Lava Jato, Sérgio Moro. "Diferentemente do que ali constou, não "houve várias conversas entre o juiz [Sérgio Moro] e a defesa do ex-presidente nos intervalos das audiências". Essa afirmação é factualmente incorreta", diz o defensor da postagem desta manhã.
Na coluna publicada na madrugada de hoje no jornal O Globo, Pereira defende o agora ministro da Justiça e diz que as conversas entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato no MPF (Ministério Público Federal), divulgadas pelo site The Intercept Brasil "são flagrantemente ilegais, fruto de um mais que provável hackeamento de celulares de diversas autoridades envolvidas na Operação Lava-Jato". Para ele, os diálogos não parecem ter poder para anular a condenação de Lula.
Em resposta às afirmações de Pereira, Cristiano Zanin destacou as várias vezes em que Moro deu tratamento à defesa diferente daquele que é observado nas mensagens oferecendo à acusação do ex-presidente.
O advogado aponta uma reportagem do Portal Migalhas que mostra que Moro usou um dos intervalos das gravações das audiências para dirigir provocações à defesa "e não para conferir aos advogados tratamento igual ao dado aos acusadores, como prevê a lei". Segundo ele, Moro também já havia praticado outras arbitrariedades e ilegalidades contra a defesa, como ter grampeado o escritório de advocacia responsável pela defesa do petista, conforme reportagem do Consultor Jurídico.
A comunicação entre um advogado e seu cliente é inviolável e está prevista no artigo 7º do Estatuto da Advocacia, e o grampo revela, segundo a reportagem, que Moro "não respeita a defesa e o trabalho dos advogados".
Com esses argumentos, Zanin conclui a série de postagens afirmando que "a transgressão das normas legais por Moro em relação a Lula e sua defesa técnica é muito clara".