Alta nos alimentos: Supermercados já limitam quantidade de produtos por clientes em SP

Nesta terça, Bolsonaro voltou a comentar sobre o aumento dos itens da cesta básica, mas não apresentou nenhuma possível solução

Prateleiras com arroz em supermercado de São Paulo (Foto: Fabíola Salani)
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Redes de supermercado do estado de São Paulo têm buscado medidas de restrição à venda de produtos diante do aumento nos preços de alimentos da cesta básica, como o arroz - que teve 30% de alta. Comerciantes estão limitando a venda de produtos para tentar abaixar os preços com fornecedores.

Reportagem da jornalista Talita Nascimento, do Estado de S. Paulo, publicada nesta terça-feira (8), mostra que a estratégia está atingindo unidades das redes Pão de Açúcar e Extra da cidade de São Paulo. Em dois mercados de pontos diferentes da capital, só era possível comprar até 10 kg de arroz e cinco garrafas de óleo.

Matéria exibida nesta terça na EPTV, afiliada da TV Globo, aponta ainda que o cenário se repete nas regiões metropolitanas de Campinas e Sorocaba. Em um mercado da cidade de Barão Geraldo, uma pessoa só pode levar três pacotes de feijão, quatro de arroz e 12 de óleo de soja por vez, enquanto em Campinas são apenas 3 produtos de cada por consumidor.

Segundo Eduardo Terra, da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), os supermercados estão represando alimentos para tentar abaixar os preços com fornecedores. "Como o aumento (nos preços dos fornecedores) é abrupto, há represamento da compra (dos varejistas). O varejo tenta postergar tabela de preços", afirmou.

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) aponta que houve 18,85% de alta em itens como arroz, feijão, leite e óleo de soja. O preço do arroz chega a 30% de subida em algumas regiões.

Bolsonaro

Nesta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o aumento nos preços, mas evitou falar em regulação. “Ninguém vai usar a caneta Bic para tabelar nada. Mas, estou pedindo para que os lucros sejam próximo de zero até a nova safra, em dezembro”, disse.

Na sexta-feira, o ex-capitão pediu "patriotismo" para os empresários. “Estou conversando para ver se os produtos da cesta básica aí… estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes donos de supermercados para manter na menor margem de lucro”, completou o presidente.