Alvarez & Marsal diz que divulgará salário de Moro se ele autorizar

Em entrevista ao Flow Podcast nesta segunda-feira (24), ex-juiz se negou, mais uma vez, a revelar o quanto ganhou na consultoria, que teve 75% de seu faturamento de empresas que foram destruídas pela Lava Jato

Sergio Moro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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A consultoria Alvarez & Marsal, que empregou Sergio Moro (Podemos) após o ex-juiz sair do cargo de ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL), disse ao site "Poder360" que “não tem qualquer problema” em revelar os valores do contrato com o pré-candidato à Presidência da República.

O escritório, que tem sede nos Estados Unidos, recebeu R$ 42 milhões de companhias afetadas pelas decisões de Moro quando ele chefiava a Lava Jato.

A empresa passou a ser investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por um suposto conflito de interesses, uma vez que Moro atuou na consultoria que realizava recuperações judiciais justamente de empresas que foram quebradas em decorrência de sua condução na Lava Jato.

Apesar de ter dito que revelaria o salário de Moro, a Alvarez & Marsal afirmou que o ex-juiz precisa concordar com a divulgação por meio de ordem judicial.

“A A&M não tem qualquer problema em revelar os valores do contrato. Contudo, a cláusula de confidencialidade só permite que seja feita com a concordância da outra parte ou com uma ordem judicial de quebra de sigilo. Não depende da A&M a divulgação dos honorários de Moro”, disse a consultoria ao Poder360, por meio de sua assessoria.

Moro se recusou a revelar salário

Em entrevista ao Flow Podcast nesta segunda-feira (24), Moro disse não temer investigações ou quebras de sigilo. No entanto, mais uma vez se negou a falar o quanto ganhou na consultoria, que teve 75% de seu faturamento de empresas que foram destruídas pela Lava Jato.

“Eu não tenho medo de cara feia. Querem fazer qualquer investigação, mas eu tenho absoluta tranquilidade do que fiz em minha carreira de juiz por 22 anos. Eu tenho absolutamente tranquilidade do que fiz como ministro [da Justiça], que não fiz nada errado. E tenho absolutamente tranquilidade do que eu fiz no setor privado”, afirmou.