O então diretor do Inpe havia indicado que 6,8 mil km² poderiam estar sob desmate. Apesar do presidente Jair Bolsonaro afirmar que os números prejudicam a imagem do país, esse número se confirmou pelos balanços anuais feitos também pelo Inpe.
Em comparação, de agosto de 2017 a julho de 2018, os alertas sinalizaram desmate em 4,5 mil km ². A taxa oficial ficou em 7,5 mil km², ou seja, 64,8% maior. A mesma tendência pode ser percebida nos anos anteriores.
Os alertas diários são emitidos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e servem para embasar ações de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Já os dados oficiais são do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), que tem índice de confiança próximo a 95%.
"Não só é possível como provável que o aumento que vimos nos alertas do Deter se reflita na taxa de desmatamento publicada pelo Prodes. A dúvida agora não é saber se vai aumentar ou não o desmatamento, mas de quanto será este aumento", disse Romulo Batista, da campanha de Amazônia do Greenpeace.
Dados de outros institutos também confirmaram o crescimento no desmatamento. Somente no mês de julho, o desmatamento na Amazônia cresceu 66%, totalizando 1.287 km², de acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Ainda, segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), no período entre agosto de 2018 e julho de 2019, o desmatamento na região chegou a 5.054 km².