Em audiência na manhã desta quinta-feira (24) para explicar o encontro com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em Roraima, o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, repetiu Donald Trump e se referiu ao presidente venezuelano Nicolás Maduro como "narcotraficante".
"Para falar disso tem sido usada uma imagem que acho interessante a gente trabalhar um pouco que é: eu recebi alguém na minha casa para falar mal do meu vizinho. Na verdade, não é isso, né? Na verdade, o que nós temos: vamos supor que aqui no Brasil nós temos uma rua e temos um vizinho, que é muito amigo nosso, e de repente esse vizinho tem a casa dele invadida por um narcotraficante, que praticamente escraviza o vizinho, coloca no porão, e um dos filhos do vizinho consegue escapar, vem para o nosso terreno, nós o acolhemos. E então recebemos um amigo de uma outra rua, que também é amigo de nosso vizinho, e vamos falar dessa situação", disse Araújo.
Araújo ainda criticou a "confusão que existe quando se fala em Venezuela" e se referiu ao governo de Maduro como "bando de facínoras".
"Temos um país, a nação, a Venezuela. Governo: governo para nós é aquele que o Brasil e 56 outros países reconhecem, que é o governo legítimo de Juan Guaidó e existe o regime, um grupo de pessoas que manejam as alavancas do poder, de maneira depressiva, de maneira brutal contra seu próprio povo. Venezuela pode siginificar coisas diferente. […] É importante que a gente não use Venezuela para se referir a esse grupo de facínoras que ocupa o poder atualmente".
Intervenção
Araújo disse ainda que conversou com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, sobre a situação na Venezuela e afirmou que ele se mostrou contra a intervenção.
"Tivemos uma longa conversa por telefone na manhã daquele dia e, entre outros assuntos, falamos também de Venezuela. Nesse caso eu reiteirei nossa preocupação com a questão de direitos humanos e falta de democracia na Venezuela e a expectativa de que toda a comunidade internacional se mobilize e o ministro (SIC) da China defendeu basicamente a ideia da não intervenção, de que se não pode fazer nada, são perspectivas muito diferentes. Mas, falamos de Venezuela".