Artistas fazem casas de bioconstrução com sem tetos no DF

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Alinne Moraes, Paula Lavigne, Sônia Braga, Paula Burlamarqui, o rapper Criolo e ainda as lideranças indígenas Sônia Guajajara e Samanta Xavante passaram o dia hoje botando a mão na massa com os sem teto do Distrito Federal Por NINJA Alinne Moraes, Paula Lavigne, Sônia Braga, Paula Burlamarqui, o rapper Criolo e ainda as lideranças indígenas Sônia Guajajara e Samanta Xavante passaram o dia hoje botando a mão na massa com os sem teto do Distrito Federal. Estiveram no terreno conquistado pelo MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – o condomínio Sol Nascente. O local será um conjunto habitacional, construído pela própria força do movimento, sem esperar a boa vontade do Estado ou a verba do Minha Casa Minha Vida, extinto pelo Governo Temer no orçamento de 2018. O terreno foi ocupado, e conquistado pelo movimento para a construção. Com a total ausência de verbas para construção de moradias populares, e desinteresse político dos governantes, a solução foi construir as moradias com técnicas de bioconstrução, que utilizam barro, madeiras, bambú e outros materiais de baixo custo somados a tecnologias milenares. Bioconstrução Para botar as casas de pé com poucos recursos, um enorme mutirão de bioconstrução está em processo. A primeira casa que será entregue é a de Tia Alzerita, militante antiga do movimento, e terá custo de cerca de R$12 mil (contra cerca de R$ 50 mil da construção tradicional, de alvenaria). Marcos Ninguém, um dos idealizadores da Unipermacultura, iniciativa que está gerindo a empreitada, apresentou a casa modelo e as técnicas em uso. Além da enorme diferença de preço, a construção de alvenaria causa mais impacto no meio ambiente, pois utiliza grande quantidade cimento (oriundo da estação de calcário), de areia (geralmente extraída de rios), de brita (mineração) e de água. Na casa ecológica de Auzerita, foram usados Pilares de eucalipto ecológicos, tratados contra a umidade e a ação de cupins sem produtos que possam contaminar o solo, paredes com vigas de bambu, preenchidas com uma mistura de barro, palha e uma pequena porção de cimento e tinta ecológica cola de madeira, argila e cal. O pé direito permite ótima circulação de ar. O barro absorve umidade da noite, o que faz que durante o dia, no pico de calor, se tenha um ambiente fresco. À noite, acontece o contrário: o calor absorvido durante o dia serve para manter o ambiente aquecido, o que é ideal nas noites frias do Cerrado. Tudo é reaproveitado: restos de madeira são usados para fechar brechas, evitando a entrada de animais. Tintas velhas para fazer alguns acabamentos nas janelas e portas. Pneus velhos para isolar a base dos pilares de eucalipto da umidade. O chão é feito de solo-cimento, uma mistura do solo local e de cimento. Foto: NINJA