Brasil é o país mais racista do mundo, diz ex-consulesa da França, na Flip

Ex-consulesa da França em SP, Alexandra Loras contou sobre sua experiência em nosso país. “O Brasil é o país mais racista do mundo”. Ela lembra que foi confundida com empregadas domésticas em recepções diplomáticas

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Ex-consulesa da França em São Paulo, Alexandra Loras contou sobre sua experiência em nosso país comparada a outros. “O Brasil é o país mais racista do mundo”, disse Alexandra. Ela relembra que foi confundida com empregadas domésticas em recepções diplomáticas. Para ela, uma mostra que o racismo no Brasil não é velado. Durante sua participação na Flip, a convite da Folha de S. Paulo, Alexandra participou de uma mesa sobre racismo e cotas na educação. A ex-consulesa mencionou várias vezes a proporção de negros na população brasileira, em torno de 54%, e como esse percentual não é refletido na política, economia e cultura do país. “Por isso eu provoco empresas e governos, 54% dos seus funcionários precisam ser negros, 54% dos jornalistas da Folha precisam ser negros, 54% da Flip precisa ser negra”, disse ela. Coautora do recém-lançado “Dicionário da Escravidão e Liberdade”, Lília Schwarcz afirmou que “é muito antiga a ideia de democracia racial” no Brasil, e criticou quem nega a existência do racismo. Ela fez menção à declaração do candidato à presidência Jair Bolsonaro, que negava a existência de problemas raciais no Brasil. Para Lília, quando a pessoa não consegue nem emitir a palavra, é porque aqui há racismo. Para a ex-consulesa da França, as cotas raciais são “gotinhas de ações afirmativas”. De acordo com ela, só poderemos falar em acesso universal à universidade quando a proporção de alunos negros nos cursos for similar à da sociedade. Para Lília, “como podemos falar em ensino universal se o governo Temer só faz tirar verbas da educação?”. De acordo com a socióloga, as cotas são pensadas como políticas provisórias no sentido de que é preciso desigualar para igualar.

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