FORÇAS ARMADAS

VÍDEO: Capitão do Batalhão Presidencial é denunciado por agressão após 3 anos

Agressão contra ex-soldado ocorreu no alojamento do quartel em fevereiro de 2019; agredido acusa capitão de prevaricação

Formatura do Batalhão da Guarda Presidencial em outubro de 2020, Imagem meramente ilustrativa, os militares ilustrados não guardam relação com a notícia. Créditos: Sd Gregorio / Exército Brasileiro.Créditos: Sd Gregorio / Exército Brasileiro
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Um capitão e três soldados do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP) foram denunciados pelo Ministério Público Militar (MPM) por conta de uma sessão se espancamento ocorrida no quartel da unidade em fevereiro de 2019 contra o então soldado Gabriel Reis. A denúncia foi recebida pela Justiça Militar em 19 de julho passado e o MPM pediu R$12 mil iniciais por danos morais. O processo corre em sigilo.

Na ocasião, Reis foi agarrado pelos pés e mãos de companheiros de Batalhão e jogado de bruços sobre um colchão que estava no chão do alojamento, de modo que não podia resistir ou observar a agressão sofrida com tapas na bunda e pancadas nas costas com coldre de facão e uma tábua de madeira apelidada de ‘cautela’, na qual havia as inscrições dos nomes de outros militares que com ela também teriam sido agredidos.

O ex-soldado contou ao Metropoles, mesmo veículo que na ocasião teve acesso exclusivo ao vídeo da agressão [veja a seguir], que no BGP existiria uma espécie de “regra não escrita” com a qual militares da unidade podem vir a apanhar dos demais para “engrossar o couro”. Seria uma forma de castigo por alguma conduta desaprovada mas que não é passível de punição oficial.

Gabriel Reis ainda descreveu uma rotina de humilhações, além de outras agressões, das quais levou não apenas hematomas, mas também danos em sua saúde mental. Ele acabou dispensado do serviço na sequência e até hoje está com dificuldades para conseguir um novo trabalho. O total que Reis pede de indenização à União chega a R$ 500 mil.

O capitão Huxlley Jorge Medeiros não participou das agressões mas também será investigado pelo MPM uma vez que o ex-soldado o denunciou por prevaricação. Reis afirma que apresentou o relatório da agressão ao capitão que, por sua vez, rasgou o papel ao tomá-lo em mãos e afirmou que o agredido não poderia sair dali com aquele documento pois poderia “dar muita merda”. Huxlley ainda teria mandado Reis ir para casa e esfriar a cabeça antes de reunir os militares envolvidos na agressão para um elogio coletivo seguido da informação de que estaria “tudo resolvido”.

A defesa do capitão Huxlley afirma que jamais houve prevaricação por parte do capitão e que as reclamações de Gabriel Reis seriam por conta de bullying, não de agressão. Mesmo assim, o capitão teria enviado o relatório aos seus superiores e dito ao soldado que abriria sindicância sobre o caso.