CEO de rede de sorvetes diz que CLT é "coisa do passado" e o “mundo real é meritocrático”

Ele disse ainda que os trabalhadores de aplicativos não querem contrato pela CLT, mas sim trabalhar com flexibilidade

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O empresário Lupercio Fernandes de Moraes, CEO da indústria de sorvetes Rochinha, afirmou em entrevista à repórter Beth Matias, no UOL, que a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) ficou velha e não cabe mais no Brasil de hoje.

De acordo com ele, “o mundo mudou demais. É uma maluquice ficar pensando em dogmas de 50 anos atrás. A expectativa de vida aumentou. A mesma coisa acontece com a questão do emprego formal. Os ativistas de esquerda continuam discutindo sobre essa questão dos direitos fundamentais ou adquiridos, como se nós morássemos em um país em que 70% da população economicamente ativa trabalhasse em emprego formal”.

Lupercio diz ainda que os trabalhadores de aplicativos não querem contrato pela CLT, mas sim trabalhar com flexibilidade. “A CLT não preconiza isso. Quando você registra pela CLT são oito horas contínuas no trabalho e você começa a gerar um problema que ninguém quer. Claro que precisa haver uma melhoria contínua das relações de trabalho, mas a CLT não cabe mais, ela ficou velha”.

No entanto, ao ser perguntado se os trabalhadores de aplicativos não querem ou não tem oportunidade de emprego fixo, Lupercio desconversou: “Não tenho este tipo de relação de trabalho na minha empresa, mas vou falar a minha opinião. A única relação temporária que existe na empresa, ligada aos nossos distribuidores, são os vendedores de praia que vendem só no verão”. O empresário disse ainda que “este trabalhador não quer ter um emprego formal. Ele quer gerir aquele próprio negócio que é o carrinho no verão”.

O empresário lembrou ainda que a Rochinha foi comprada por eles na época do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em agosto de 2016, e a partir de então, cresce 25% ao ano. “A marca tinha uma oportunidade de crescimento tão grande que, mesmo com o mercado em retração, conseguimos crescer de uma maneira bastante vigorosa”.

Ao final, perguntado como melhorar a educação no Brasil, disse: “Entendo que, se não qualificar as pessoas, não haverá igualdade de oportunidades. É preciso ajudar as pessoas a chegar em uma situação de igualdade o mais rápido possível. O mundo real é meritocrático”.

Com informações do UOL