Chacina do Jacarezinho: polícia critica “ativismo” e diz que não houve execução em ação com 25 mortes

Os policiais do Rio divulgaram que a atribuição da equipe era fazer cumprir 21 mandados de prisão, porém, o resultado apontou que desses, só seis foram presos e outros seis, mortos

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Integrantes da Polícia Civil do Rio de Janeiro participaram de uma coletiva sobre a Operação Exceptis, deflagrada nesta quinta-feira (6), na comunidade do Jacarezinho, que resultou na morte de 25 pessoas. O subsecretário Operacional da Polícia Civil, Rodrigo Oliveira, criticou o “ativismo judicial” e afirmou que não houve execuções.

A operação contou com 200 policiais civis. Um dos mortos foi o agente André Frias, da Delegacia de Combate às Drogas, que foi baleado na cabeça.

Os policiais defenderam a ação e divulgaram que a atribuição da equipe era fazer cumprir 21 mandados de prisão. No entanto, o resultado apontou que desses, apenas seis foram presos e outros seis, mortos.

O subsecretário afirmou, ainda, que pessoas, entidades e grupos ideológicos ativistas impedem o trabalho da polícia. “Quem faz isso ou é mal-intencionado ou mal-interpretado. O sangue do nosso policial está nas mãos dessas pessoas”, disse.

O delegado Felipe Cury disse que a polícia investigava havia dez meses a ação do tráfico no local, que aliciava crianças e adolescentes para o crime. “A Polícia Civil é garantidora de direitos dos cidadãos. Lutamos contra a ditadura do tráfico”, disse, tentando justificar a chacina no Jacarezinho.

Legítima defesa

O delegado reiterou que a polícia cumpre rigorosamente a lei e que só mata em legítima defesa. “Não houve execução. Ou melhor, a única pessoa executada foi nosso policial”, afirmou Cury.

Outro delegado presente na coletiva, Ronaldo Oliveira, disse que a polícia não age sob emoção. “Houve muito planejamento e protocolos que seguimos à risca”.

Durante a operação foram apreendidos 16 pistolas, seis fuzis, uma submetralhadora, 12 granadas e uma escopeta calibre 12.

Chacina

O Partido dos Trabalhadores do Rio de Janeiro soltou uma nota condenando a operação e considerando o governador Cláudio Castro como responsável pelas mortes. “Repudiamos a guerra financiada pelo poder público. Repudiamos a criminalização do povo favelado. O Estado é responsável pelas mortes de mais inocentes do que podemos contar. O Estado é responsável pela Chacina da Favela do Jacarezinho. O Partido dos Trabalhadores do Estado do Rio de Janeiro, orientará a sua bancada a criar uma comissão especial para que este caso seja acompanhado na Assembleia Legislativa”, diz a nota.