Chefe da Polícia Civil admite racismo estrutural, mas diz que precisa de "provas" no caso João Alberto

A delegada responsável pela apuração do caso, no entanto, já disse que não há racismo no assassinato

Seguranças do Carrefour espancam João Alberto Silveira Freitas em loja de Porto Alegre (Reprodução)
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A chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Nadine Anflor, admitiu a existência de racismo estrutural na sociedade, mas diz que precisa de "provas" para enquadrar o assassinato de João Alberto nesse tipo de crime.

“É evidente a existência de racismo estrutural na nossa sociedade; agora, para isso se transformar em crime, eu preciso de provas”, afirmou em entrevista ao Metrópoles.

“Eu não posso dizer nem que há nem que não há [racismo], porque não tenho esses elementos. Se ao final eu tiver esses elementos, vou indiciar por motivo torpe. Se eu conseguir identificar que ele foi agredido pelo fato de ser negro”, completou.

A delegada garante que, caso a investigação aponte para racismo, o homicídio será qualificado por “motivo torpe". O agravante pode fazer a pena aumentar para de 12 anos a 30 anos de prisão.

Contudo, a delegada responsável pela investigação do caso, Roberta Bertoldo, do 2º Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), já afirmou não existir “indícios de racismo” no assassinato de João Alberto.

Ela também afirmou que, de acordo com análise preliminar da perícia, João Alberto morreu por asfixia ou ataque cardíaco.