Com cortes no CNPq, pesquisadores podem ficar sem bolsas em setembro

Segundo presidente da agência, a situação é urgentíssima e pode afetar mais de cem mil pessoas

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Segundo presidente da agência, a situação é urgentíssima e pode afetar mais de cem mil pessoas Da Redação | Foto: ANPG A principal agência de fomento à pesquisa do país, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), está financeiramente esgotado e não terá dinheiro para pagar bolsas e projetos a partir do mês que vem. A informação é do blog de Herton Escobar, no Estadão. Segundo reportagem, caso seu orçamento não seja descontingenciado imediatamente pelo governo federal, cerca de 90 mil bolsistas e 20 mil pesquisadores poderão ser prejudicados pela interrupção dos pagamentos. O presidente do CNPq, Mario Neto Borges disse que se trata de uma situação “de urgência urgentíssima”. “Acabou o dinheiro.” “Até agosto conseguimos honrar nossas dívidas. De agora para frente, se não houver uma ampliação dos limites de empenho, vamos ficar impedidos de cumprir os compromissos assumidos, incluindo o pagamento de bolsas”, afirma Borges ao blog. Segundo nota divulgada pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), foram pagas em julho de 2017 45% menos bolsas de mestrado e doutorado em relação a 2015. “O corte de bolsas no CNPq está sendo feito de forma silenciosa pelo governo federal”, afirma Cristiano Junta, vice-presidente da ANPG. “Isto vem provocando o paulatino decréscimo das bolsas pagas para os estudantes com o passar do tempo. A diminuição está diretamente relacionada com o corte de 44% do orçamento para Ciência e Tecnologia executada pelo governo golpista de Temer neste ano.” Segundo a entidade, no dia 17 de agosto está marcada uma mobilização nacional com manifestações de pós-graduandos em suas universidades contra o "futuro tenebroso para a Ciência e Tecnologia".