Com lucros recordes em anos anteriores, bancos aumentam juros e restringem negociação

A Febraban, entidade que representa o setor, declarou poucos dias atrás que bancos estão "sensíveis ao momento de preocupação" com o coronavírus

Isaac Sidney, presidente recém-eleito da Febraban (Reprodução)
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Empresários de pequenos e médios negócios, executivos e representantes de entidades do setor privado contam que, em meio à pandemia do coronavírus, os maiores bancos do país elevaram os juros em todas as operações e estão restringindo negociações. Há casos em que as taxas dobraram e até triplicaram.

A informação é da Folha de S.Paulo, que revela que as taxas de juros foram elevadas de uma semana para outra. Empresários entrevistados pelo jornal - e que não quiseram ter seus nomes revelados - também criticam o fato de os bancos não estão oferecendo recursos liberados pelo Banco Central (BC) para dar alívio às empresas.

O cenário é totalmente oposto ao que foi anunciado este mês pela Febraban, entidade que representa os bancos. A federação, que elegeu nesta sexta-feira (27) seu novo presidente, Isaac Sidney, disse que as cinco maiores instituições financeiras do país estavam abertas para discutir a prorrogação, por 60 dias, dos vencimentos de dívidas de empresas.

Em nota, a entidade chegou a dizer que os bancos associados estavam “sensíveis ao momento de preocupação dos brasileiros com a doença provocada pelo novo coronavírus e vêm discutindo propostas para amenizar os efeitos negativos dessa pandemia no emprego e na renda”.

Apesar da austeridade na negociação com empresários, principalmente neste momento sensível da economia, os quatros maiores bancos brasileiros com ações na Bolsa – Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander – lucraram, juntos, R$ 69 bilhões no ano passado.

O lucro conjunto desses bancos cresceu 19,88% de 2017 para 2018, superando com folga os principais indicadores da economia.

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