Com política oposta a de Bolsonaro, Exército segue lockdown e tem mortalidade de 0,13%

Segundo general Paulo Sergio, responsável pelo setor de recursos humanos do Exército todas as medidas sanitárias são rigorosamente cumpridas nos quartéis; taxa de letalidade do Brasil é de 2,5%

General Paulo Sergio em visita ao Hospital Militar de Área de Manaus (Foto: Divulgação)
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O general Paulo Sergio, responsável pelo setor de recursos humanos e de saúde do Exército, deu uma entrevista ao jornalista Renato Souza, do Correio Braziliense, onde fala sobre as medidas de combate a Covid-19 entre os militares, uma rede de 700 mil pessoas, sendo 220 mil da ativa e o restante inativos, pensionistas e dependentes. As iniciativas tomadas pelo general são opostas ao que tem pregado Jair Bolsonaro (sem partido) desde o início da pandemia. Enquanto o presidente se coloca contrário as medidas de isolamento social e já questionou até o uso de máscaras, no Exército os protocolos têm sido bem rígidos.

"Todas as medidas sanitárias, diretrizes emanadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), corroboradas pelas nossas diretorias de saúde, são rigorosamente cumpridas em nossos quartéis”, afirmou ao jornal.

Segundo o general, a taxa de mortalidade pela Covid-19 no Exército é ínfima de apenas 0,13%, se comparada à do Brasil, de 2,5%. "Os números são relativamente bons em relação à população em geral, por conta da prevenção que temos. O índice de letalidade é muito baixo, menor do que na rede pública, graças a essa conscientização, essa compreensão, que é o que eu acho que, se melhorasse no Brasil, provavelmente, o número de contaminados seria bem menor."

Ele contou que, agora, por exemplo, que estão recebendo recrutas que se alistam, todas as medidas sanitárias foram colocadas em prática. "Desde a chegada ao quartel até a instrução; à noite, na hora de dormir; é o termômetro na entrada, higienização dos pés, álcool em gel, uso da máscara, distanciamento. Nós testamos praticamente todos os recrutas, quase 90%, e o índice de contaminação foi muito baixo. Os infectados foram isolados, com equipes médicas acompanhando. Em 2020, não tivemos nenhum óbito de soldado incorporado ao Exército. Imaginamos que seja pela idade, pela juventude."

O general evitou comentar sobre Bolsonaro e a gestão de Eduardo Pazuello, também general, que deixou o Ministério da Saúde. Disse que o Exército está numa espécie de lockdown e que os recrutas não voltam mais para casa todos os dias, ficam em internato de quatro semanas. "Acho que não tem local mais seguro para um jovem, hoje, do que dentro do quartel, pois ele está sendo acompanhado, fiscalizado sobre as medidas preventivas, instruído. Os índices de infecção são mínimos, e aqueles que se contaminam são resolvidos em internação.”

E ainda afirmou que tem preocupação com uma terceira onda de Covid no Brasil. "A gente imagina que, se mantiver a tradição da primeira para a segunda, daqui a dois meses vamos sofrer essa terceira onda”.

O biólogo e influenciador Átila Iamarino comparou a gestão do Exército com a do governo federal. "O Brasil passou 300 mil óbitos registrados por Covid e uma mortalidade de 2,5%. Já nosso exército se prepara para 3ª onda e tem uma mortalidade de menos de 0,13%. Cloroquina? Jovens atletas? Spray nasal? Desinsetização? Teste, rastreio de contato e distanciamento. Ninguém chamado de maricas."

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