Dado omitido por gestão Doria aponta aumento de 220% nos homicídios contra mulheres

Informação foi escondida da página da Secretaria de Segurança Pública, que atualizou o site no mesmo dia em que foi questionada pela imprensa; segundo a pasta, "houve um erro no sistema"

Foto: Reprodução
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Em contradição com a maior parte dos dados criminais de São Paulo, o homicídio doloso - quando há intenção de matar - contra mulheres é o único que cresceu no estado, chegando ao número de 220%, em comparação a 2018. Outra peculiaridade do número é que ele foi o único omitido da página da Secretaria de Segurança Pública (SSP), que atualizou o site no mesmo dia em que foi questionada pelo portal Universa, do UOL. Segundo a pasta, "houve um erro no sistema".

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Entre janeiro e julho de 2018, 71 mulheres foram assassinadas no estado. No mesmo período de 2019, foram 227 vítimas mulheres. Desse total de homicídios dolosos, apenas 73 foram tipificados na delegacia como feminicídios - quando a vítima é assassinada pelo fato de ser mulher - entre janeiro e julho deste ano. Um aumento de 9% com relação aos feminicídios registrados no estado no mesmo período do ano passado: 67. A divulgação dos dados de violência contra a mulher é baseada na lei número 14.545, de 14 de setembro de 2011, de autoria da deputada Analice Fernandes (PSDB). Segundo a lei, que fica exposta no topo da página da SSP, o poder executivo deve manter organizado um banco de dados "destinado a dar publicidade aos índices de violência contra a mulher, a fim de instrumentalizar a formulação de políticas de segurança pública". Brasil é o quinto maior em feminicídio O aumento nos números de homicídios contra mulheres e feminicídio em São Paulo refletem um cenário que, na verdade, tem âmbito nacional. O Brasil ainda é o quinto país do mundo com a maior taxa de feminicídio, em números que não param de crescer. No ano passado, 536 mulheres foram agredidas por hora, segundo dados do Fórum de Segurança Pública. Em fevereiro, ainda a pedido do Fórum de Segurança Pública, o Datafolha ouviu mais de 1.000 mulheres sobre violência contra a mulher. Os dados mostram que 42% delas disseram já ter sofrido agressão dentro de casa. Os principais agressores são cônjuges e namorados, responsáveis por quase 24% dos casos. Além disso, as notificações de violência por arma de fogo contra a mulher quase quadruplicaram desde 2009. Esse tipo de arma foi o meio mais usado nos 4.762 homicídios de brasileiras registrados em 2013. Foram 2.323 casos, o equivalente a 48,8%.