Deputado vai ao MP contra Luciano Hang por suposta fraude na certidão de óbito da mãe

Empresário bolsonarista, que presta depoimento à CPI do Genocídio, é acusado em dossiê de estar diretamente envolvido na adulteração do atestado de óbito da própria mãe, que foi submetida a tratamento com “kit Covid” na Prevent Senior

Luciano Hang faz defesa do "tratamento preventivo" ao comentar a morte da mãe (Reprodução)
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Enquanto o bolsonarista Luciano Hang, conhecido como Véio da Havan, presta depoimento à CPI do Genocídio, o deputado federal Ivan Valente protocolou nesta quarta-feira (29), junto ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP), uma representação contra o empresário e a operadora de saúde Prevent Senior.

O motivo é a suposta adulteração na certidão de óbito de Regina Hang, mãe de Luciano, que faleceu em decorrência da Covid-19 no dia 3 de fevereiro.

Segundo dossiê entregue à CPI do Genocídio por médicos que trabalhavam junto à Prevent Senior, Regina foi tratada com o “kit Covid”, um apanhado de medicamentos sem eficácia contra a doença do coronavírus, ao longo de sua internação em um hospital da operadora de saúde.

A Prevent Senior está sendo investigada por realizar experimentos ilegais com esses medicamentos em pacientes com Covid sem o consentimento dessas pessoas e, segundo os médicos que denunciam a empresa, certidões de óbitos eram alteradas para provar a inexistente eficácia do tratamento com “kit Covid” – entre esses documentos fraudados estaria o da morte da mãe de Luciano Hang.

A Prevent Senior, bem como o empresário, que chegou a afirmar que sua mãe morreu por falta do “tratamento precoce”, negam as acusações.

O deputado Ivan Valente, porém, quer que o Ministério Público investigue o caso, visto que o próprio prontuário de Regina Hang, exibido pela CPI do Genocídio, comprova que ela foi, sim, tratada com o “kit Covid”, enquanto sua certidão de óbito omitiria, segundo a denúncia dos médicos, a morte em decorrência da doença.

“A fraude realizada nas certidões de óbito, documento público, conforme apontado em dossiê mencionado na matéria, revela fato antijurídico, podendo ainda ser potencializado em sua gravidade frente aos indícios de ocorrência em série, contando com a participação de diversas pessoas, conforme passaremos a expor”, escreve o parlamentar, que chega a aventar a possibilidade do caso configurar associação criminosa, por envolver, supostamente, a operadora de saúde e o empresário.

“Vale ressaltar que as práticas delitivas ocorridas dentro de um cenário pandêmico, revelam cristalinamente o animus dos envolvidos nos fatos antijurídicos em omitir dados sobre as mortes causadas pela Covid-19, enquanto utilizavam hospitais administrados pela empresa mencionada, como laboratório para teste de medicamentos sem eficácia comprovada, o que aumenta ainda mais a gravidade dos fatos apontados no referido dossiê”, pontua ainda o deputado.