Desmatamento de terras indígenas cresceu 80% em primeiro ano de governo Bolsonaro

Denúncia vai ser apresentada nesta terça-feira (3) à Comissão de Direitos Humanos da ONU, na Suíça

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Um estudo do Instituto Socioambiental (ISA) a partir de dados do sistema Prodes, do Inpe, revelou que o desmatamento de terras indígenas cresceu 80% em 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, em comparação com 2018.

O estudo vai ser apresentado nesta terça-feira (3) à Comissão de Direitos Humanos da ONU, na Suíça.

O desmatamento atingiu 115 terras indígenas, o que vale a 42.679 hectares ou quase duas vezes o tamanho da cidade do Recife. Com relação às aldeias de etnias que vivem de forma isolada, o cenário é ainda mais grave. Nessas áreas, o desmatamento mais que dobrou em 2019 em relação a 2018.

Na terra indígena Ituna-Itatá, a destruição foi 656% maior no governo do ex-capitão. O relatório do ISA, portanto, acusa Bolsonaro pelo desmatamento crescente. De acordo com o estudo, o presidente fez grandes cortes orçamentários em órgãos de fiscalização, anulou multas e paralisou financiamentos para a conservação, por exemplo.

“Todo desmatamento evitado nos últimos 20 anos pode ser revertido nos próximos se não houver investimento na fiscalização e na proteção da floresta. Um retrocesso na fiscalização e na prevenção do desmatamento pode levar a uma ameaça muito concreta para a vida desses povos indígenas que vivem em isolamento”, disse o pesquisador Tiago Moreira, do Instituto Socioambiental, em entrevista ao Jornal Nacional.