Desmatamento na Amazônia em agosto cresce 222% em relação a 2018

Além de agosto, junho e julho, respectivamente, apresentaram crescimento de 90% e 278% no desmate em comparação aos mesmos meses de 2018

Foto: Instituto Socioambiental - ISA
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Novos dados do Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), revelam que o desmatamento na Amazônia cresceu 222% em agosto de 2019 em relação ao mesmo período de 2018. Foram devastados cerca de 1.701 km² de floresta, sendo que, no mesmo mês, em 2018, foram 526 km². Apesar dos dados oficiais apontarem para uma crescente destruição da floresta, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), assim como o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, persistem no discurso de que os números são falsos. Se você curte o jornalismo da Fórum clique aqui. Em breve, você terá novidades que vão te colocar numa rede em que ninguém solta a mão de ninguém O Inpe já tem revelado que, nos últimos meses, o desmatamento vem crescendo. Os meses de junho e julho, respectivamente, apresentaram crescimento de 90% e 278% no desmate em comparação aos mesmos meses de 2018. Dados do Instituto também revelaram que desmatamento não foi o único problema que cresceu no bioma, mas também os incêndios. A Amazônia teve um avanço de 196% em agosto de 2019, atingindo nada menos do que 30.901 focos ativos, contra 10.421 em relação ao mesmo período de 2018. Apesar da gravidade dos dados, Ricardo Salles tem desmentido na mídia internacional que a Amazônia esteja com números altos de desmatamento, alegando que devastação na floresta foi mínima desde os tempos do descobrimento. O ministro deu entrevista no começo deste mês de setembro ao youtuber canadense Stefan Molyneux, conhecido por promover visões racistas, machistas e fascistas nas redes sociais. Na entrevista, o youtuber pergunta, ironicamente e rindo, porque o ministro está “matando o planeta voluntariamente e sem motivo algum”. Como resposta, Salles diz que essa informação não é verdade e que a Amazônia estaria 84% preservada. “Desde o descobrimento do Brasil pelos portugueses, apenas 16% foi devastado”, disse o ministro. Em seguida, Molyneux disse estar chocado com esse dado e alega que as pessoas “precisam ter acesso a essa informação”. O ministro também alegou, em entrevista ao exterior, que “a Amazônia não é apenas um zoológico para ser observado” e que o plano do governo é desenvolver indústrias de mineração e de outros segmentos na região. “Há mais de 20 milhões de pessoas vivendo na Amazônia que precisam sobreviver”. O ministro ainda saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro (PSL), dizendo que críticas contra ele são resultado de “má compreensão sobre suas decisões”.

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