Diesel supera valor pré-greve dos caminhoneiros com política de preços de Bolsonaro

Cooptados em parte pelo governo Bolsonaro, o movimento dos caminhoneiros agora se divide sobre a possibilidade de uma nova paralisação

Greve dos caminhoneiros de 2018. (Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil)
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A política de preços de combustíveis implantada pelo governo Jair Bolsonaro fez com que o preço do litro do diesel já superasse em mais de 3% o valor encontrado nos postos de gasolina no período pré-greve dos caminhoneiros, em maio do ano passado. De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o litro do diesel era comercializado na semana passada por, em média, R$ 3,708. Entre setembro e novembro, o indicador registrou 10 altas consecutivas. Em maio do ano passado, quando caminhoneiros pararam o país solicitando a redução dos preços do combustível, o preço do diesel era de R$ 3,59. Cooptados em parte pelo governo Bolsonaro, o movimento dos caminhoneiros agora se divide sobre a possibilidade de uma nova paralisação. Líder dos caminhoneiros Marconi França afirma que os motoristas “estão pagando para trabalhar” e classifica como “inevitável’ uma nova greve no momento atual. “Nós vamos cruzar os braços, no mais tardar em 15 de dezembro, por necessidade, não porque queremos”, destaca ele, que garante já contar com o apoio de “muita gente”. A possibilidade de greve, no entanto, é descartada pelo presidente da Fenacat (Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores), Luis Carlos Neves. Ele diz que os rumores a respeito da nova greve são causados por profissionais que "querem palanque". "Todos que reivindicam uma nova paralisação foram candidatos na eleição passada e nenhum foi eleito."