'Ditadura Nunca Mais' desfila para se contrapor a bloco que homenageia o Dops

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Ideia é realizar um desfile-ato político com o objetivo de combater a propagação do fascismo Por RBA O bloco Ditadura Nunca Mais desfilará neste sábado (10), na capital paulista, como forma de se opor ao Porão do DOPS – que foi proibido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo de homenagear o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra e exaltar a tortura durante a ditadura civil-militar. De acordo com os movimentos sociais, a ideia é que o bloco carnavalesco tenha um formato de ato político, com o objetivo de combater a propagação do fascismo. "Qualquer expressão e manifestação fascista deve ser combatida. O fascista não assimila as transformações históricas, reproduz ódio e intolerância, e por meio da violência procura inviabilizar a diversidade", diz a nota do evento. O desfile está previsto para às 11h, em frente ao Memorial da América Latina, na zona oeste da capital. No ato, estão previstas falas de ex-presos políticos da ditadura. "A expectativa já é boa, visto que recebemos muitas mensagens de apoio", afirma a Ação Antifascista de São Paulo. Na noite desta quinta-feira (8), o desembargador José Rubens Queiroz Gomes, do TJ-SP, concedeu decisão liminar favorável ao grupo Tortura Nunca Mais e outras 24 entidades, e proibiu o desfile do bloco carnavalesco Porão do Dops, criado pelo grupo Direita São Paulo. Em caso de descumprimento da liminar, foi estipulada multa diária de R$ 50 mil. No seu despacho, o magistrado determinou que "os réus Douglas Garcia Bispo dos Santos e Edson Salomão se abstenham de utilizar expressões, símbolos e fotografias que possam ser claramente entendidas como 'apologia ao crime de tortura' ou a quaisquer outros ilícitos penais, seja através das redes sociais, seja mediante desfile ou manifestação em local público, notadamente através do bloco carnavalesco". O coronel Ustra foi declarado torturador oficialmente pela Justiça brasileira em 2008, num julgamento do próprio TJ-SP, devido a uma ação declaratória movida pela família de Maria Amélia Telles, impetrada pelo jurista Fabio Konder Comparato. "É preocupante um grupo se dispor a publicamente celebrar a tortura. Observamos grupos que verificam a elasticidade moral da sociedade, que começa a naturalizar cada vez mais certos absurdos, é a banalização da intolerância, ódio e violência", acrescenta o movimento.