Após a direção da Escola Americana do Rio de Janeiro estabelecer em suas orientações gerais para o início do ano letivo a obrigatoriedade do comprovante de vacinação contra a Covid-19 para professores, funcionários e alunos, um grupo de pais organizou um abaixo-assinado para que a instituição volte atrás e libere as aulas para os jovens que não queiram receber as doses do imunizante, ou que tenham sido impedidos por seus responsáveis.
A norma imposta pelo tradicional colégio carioca, fundado em 1937 e que tem mensalidades de pouco mais de R$ 8 mil, é para crianças e pré-adolescentes de 5 a 12 anos e será condicionante para que este grupo etário retorne às aulas presenciais no suntuoso liceu que tem unidades localizadas nos bairros da Gávea e da Barra da Tijuca.
No entanto, a exigência despertou a fúria dos pais negacionistas, que até a noite desta segunda-feira (10) já reuniam 130 assinaturas contra a medida, de um universo de aproximadamente mil discentes. São adultos contrários ao uso dos imunizantes que controlaram o número de mortos pela Síndrome Respiratória Aguda Grave provocada pelo Sars-Cov-2 e que dão eco às insanidades anticiência tomadas como políticas públicas pelo governo ultrarreacionário e extremista de Jair Bolsonaro.
No texto referente ao abaixo-assinado, disponível numa plataforma voltada a esse tipo de documento, o autor do manifesto reproduz a retórica bolsonarista e diz que “a vacinação de crianças deve ser uma atribuição dos pais, não cabendo ao diretor da escola ou à sua diretoria, o direito moral ou a competência médica para compelir os pais a vacinarem suas crianças, sob pena de privá-los de frequentar presencialmente a escola”.
A direção da Escola Americana do Rio de Janeiro não se pronunciou sobre o movimento de pais e tampouco informou se estuda alguma mudança de atitude em relação aos comprovantes de vacinação por conta da resistência dos clientes negacionistas.