Em pesquisa encomendada pelo MEC, 62,6% dizem não saber o que é 'ideologia de gênero'

Nunca divulgado publicamente, o levantamento mostra que 55,8% responderam "sim" se a "abordagem sobre as questões de gênero e sexualidade deve fazer parte do currículo escolar"

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A TV Globo, com base na lei de Acesso à Informação, teve acesso a uma pesquisa interna encomendada pelo Ministério da Educação (MEC), realizada em janeiro do ano passado, que aponta que a maioria dos brasileiros é favorável à inclusão de questões sobre gênero e sexualidade no currículo escolar. Nunca divulgado publicamente, o levantamento mostra que 55,8% responderam "sim" se a "abordagem sobre as questões de gênero e sexualidade deve fazer parte do currículo escolar". Outros 38,2% foram contra a medida, e 6% dos entrevistados não souberam responder. Indagados sobre o termo "ideologia de gênero" - frequentemente usado pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) e por grupos religiosos para criticar a discussão sobre gênero e preconceito no ambiente escolar - a maioria dos entrevistados (62,6%) não soube definir o que a expressão significa. Dentre os que sabiam (37,4%), a maioria (52,3%) disse ser contra o tema estar no currículo escolar, ante 45% de favoráveis. Atual ministro da Educação, Ricardo Vélez-Rodríguez faz frequentes críticas públicas à discussão de gênero no currículo e chegou a afirmar que "quem define gênero é a natureza". “A educação de gênero é um negócio que vem de cima para baixo, de uma forma vertical e não respeita muito as individualidades. A culminância da individualização qual é? A sexualidade”, afirmou o colombiano Ricardo Vélez Rodriguez. Nossa sucursal em Brasília já está em ação. A Fórum é o primeiro veículo a contratar jornalistas a partir de financiamento coletivo. E para continuar o trabalho precisamos do seu apoio. Saiba mais.