Empresa de BH exige que cuidadoras de idosos não sejam "negras e gordas"

Vagas de cuidadores de idosos foram oferecidas por uma franquia da Home Angels, investigada pela Polícia Civil de Minas Gerais pelo crime de racismo

Anúncio da Home Angels (Reprodução)
Escrito en BRASIL el
Uma oferta de emprego racista e gordofóbica foi anunciada no último 31 de outubro pela agência mineira Leveza do Afeto, que atua na formação e indicação de cuidadores de idosos ao mercado de trabalho. A empresa contratante era uma franquia da Home Angels, que exigia como pré-requisito, além de três meses de experiência, que as candidatas não fossem negras ou gordas. As dez vagas anunciadas eram temporárias, destinadas a folguistas, com remuneração de R$ 100 por plantão, mais vale-transporte. Indignada com o anúncio, a cuidadora de idosos Eliângela Lopes decidiu levar o caso à Justiça, e hoje a Home Angels é investigada pela Polícia Civil de Minas Gerais pelo crime de racismo. A cuidadora teve seu primeiro contato com a Leveza do Afeto em 2017, quando, desempregada, buscou a empresa visando recolocação profissional. “Quando eu li a mensagem da Fernanda (diretora da empresa) divulgando as vagas de folguista naquelas condições, fiquei sem acreditar. Achei que era fake news. Em seguida, escrevi a ela dizendo que aquilo era muito preconceito, mas ela me respondeu que era exigência do cliente e que não podia fazer nada. Fiquei impressionada com o fato de uma psicóloga apoiar tamanha discriminação", relatou Eliângela ao jornal Estado de Minas. Pouco tempo depois, a empresária enviou uma nova mensagem às integrante da lista de transmissão, já se desculpando. “Um pouco mais tarde, nos falamos também por telefone. Acho que ela se deu conta do que tinha feito, mas não é simples assim. Eu me senti um lixo quando li o anúncio, chorei muito. Então conversei com o presidente da associação dos cuidadores de idosos de BH e decidi não me calar. Fiz uma denúncia à polícia e espero justiça”, continuou. Procurada pela Fórum, a assessoria de imprensa da Home Angels até então não se pronunciou sobre o caso nem informou quais medidas serão tomadas em relação ao caso denunciado à polícia mineira. No entanto, a reportagem da Fórum está à disposição para ouvir um posicionamento da empresa e incluir neste espaço.