Enquanto Bolsonaro bajula Trump, exportações brasileiras aos EUA caem 32%

Estados Unidos também venderam menos ao Brasil. Os negócios com a China, no entanto, cresceram quase 6%

Bolsonaro durante reunião bilateral com Trump - Foto: Alan Santos/PR
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Apesar dos constantes elogios do presidente Jair Bolsonaro a Donald Trump, com quem se vangloria de ter uma "parceria", as exportações entre Brasil e Estados Unidos tiveram uma queda considerável em 2020. As vendas brasileiras ao mercado norte-americano, por exemplo, caíram 32%. O número é considerado alto mesmo com a crise no mercado mundial provocada pela pandemia do coronavírus.

Com isso, as vendas passaram de 19,8 bilhões de dólares entre janeiro e agosto de 2019 para 13,4 bilhões de dólares no mesmo período de 2020, tendo petróleo e semi-manufaturados como principais itens. Os EUA também venderam menos ao Brasil, mas o ritmo da redução foi menos agudo, de 18%. A informação é do jornal El País.

Por outro lado, os negócios com a China cresceram quase 6% neste período. Os chineses hoje são o maior parceiro comercial do Brasil, principalmente por conta das vendas do agronegócio nacional. O país asiático, no entanto, é uma vítima constante de críticas do governo e da família Bolsonaro.

Em seu discurso na abertura da 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na terça-feira (22), Bolsonaro voltou a elogiar o presidente dos EUA e mentiu sobre um suposto aumento de investimentos estrangeiros no Brasil durante a pandemia.

O discurso negacionista em relação à pandemia e as políticas de devastação do meio ambiente – com o avanço das queimadas sobre a Amazônia e o Pantanal – provocaram uma fuga recorde de US$ 15,2 bilhões de dólares nos primeiros oito meses de 2020, o maior volume para o período desde o início das estatísticas feitas pelo Banco Central em 1982.