E$quema S: Gilmar Mendes vota pela incompetência de Bretas, mas Nunes Marques pede vista

Segunda Turma votava atuação do juiz responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, que perseguiu 27 advogados, acusando-os de receber dinheiro desviado da Fecomércio

Nunes Marques – Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Escrito en BRASIL el

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques, nomeado por Jair Bolsonaro, pediu vista, o que provocou a suspensão do julgamento na Segunda Turma da Corte sobre a Operação E$quema S, nesta terça-feira (27).

A operação foi determinada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, e responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro. A ação perseguiu 27 advogados, acusando-os de receber dinheiro desviado da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) do Rio.

Entre os investigados estão Cristiano Zanin, que representa o ex-presidente Lula; Frederick Wassef, que defende Bolsonaro; e Eduardo Martins, filho do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins.

A Segunda Turma aprecia uma ação de cinco seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que questionam a competência de Bretas para conduzir o processo.

Provas anuladas

Somente o ministro Gilmar Mendes, relator do processo, votou nesta terça. Para ele, Bretas é incompetente para atuar no caso. Portanto, na avaliação do magistrado, as provas devem ser anuladas. 

Segundo análise do ministro, a ação de busca e apreensão contra escritórios de advocacia violou flagrantemente o direito ao exercício da profissão.

Mendes entende, ainda, que o caso não envolve ministros de tribunais superiores. Dessa forma, a Operação E$quema S não deve ser tratada pelo STF e, sim, pela Justiça estadual do Rio. Não há data para a retomada do julgamento.