"Estamos com o diálogo aberto", diz presidente de conselho responsável por greve dos caminhoneiros

Paralisação provocou bloqueios esparsos pelo país. No Paraná, há denúncias de ameaças de PMs contra grevistas

Reprodução/CNTRC
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O presidente do Conselho Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plinio Dias, afirmou à Fórum que a greve dos caminhoneiros iniciada nesta segunda-feira (1º) está ocorrendo dentro do esperado e que a categoria está "com o diálogo aberto" com o governo federal.

Além do conselho, a CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística) e a ANTB (Associação Nacional de Transporte no Brasil) também estão à frente da greve que se iniciou nesta segunda.

Até então, há relatos de bloqueios esparsos pelo país. A página no Facebook da CNTRC tem compartilhado vídeos de alguns desses protestos em estados como Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Alagoas.

A orientação das entidades aos caminhoneiros era que a greve deveria ser feita em casa, por causa da pandemia do coronavírus. Para os motoristas que estão em trânsito, foi recomendado parar o caminhão em postos de gasolina e seguir as normas de saúde, como distanciamento social e uso de máscara e álcool gel.

"A adesão é em efeito cascata, cada dia vai aumentando um pouco, e assim vai sendo sucessivamente durante os dias", contou Plinio Dias.

O presidente da entidade também relatou denúncias de ameaças e abuso de poder por parte da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal contra grevistas no Paraná.

"Estamos com um problema com abuso de poder por parte das autoridades que deveriam fazer segurança e não estão fazendo [de forma] correta, não estão deixando colocar os cones na pista, ficam ameaçando a gente, então está complicado sobre a nossa situação no Paraná", contou à Fórum.

Sobre a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação às demandas da categoria, Plinio Dias diz que as entidades estão "com o diálogo aberto". O mandatário chegou a fazer um apelo contra a paralisação, dizendo que não há condições de atender aos pedidos.

"A gente tá com o diálogo aberto, aguardando eles darem um desfecho, como é tempo indeterminado, a categoria está esperando uma resposta deles e dos outros envolvidos na pauta. Estamos avaliando aqui o que eles possam fazer pela categoria", completou o presidente da CNTRC.

Entre as principais reclamações da categoria, destacam-se os preços altos dos combustíveis e os baixos preçso do frete.