Estoque de imóveis retomados por bancos cresce 78% em dois anos e avança sobre Minha Casa Minha Vida

A questão colocou um elefante branco na sala dos banqueiros, já que os imóveis retomados consomem dinheiro. E, com a economia fraca, as instituições não conseguem encontrar compradores. Se inundarem o mercado com uma oferta muito grande, podem minar a recuperação das empreiteiras

Fachada da obra da MRV pelo programa “Minha Casa, Minha Vida” em Contagem (MG) (Foto: Arquivo/MTE)
Escrito en BRASIL el
Reportagem de Talita Moreira e Flávia Furlan, na edição desta segunda-feira (15) do Valor Econômico, mostra que em dois anos o aumento dos estoques de imóveis retomados por bancos em razão da falta de pagamento dos empréstimos cresceu 78%, "com destaque para a retomada de imóveis de valor mais baixo, muitos deles ligados ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV)", operado principalmente pela Caixa. Leia também: Bolsonaro atrasa pagamentos do Minha Casa Minha Vida e construtoras ameaçam demitir 50 mil Segundo a reportagem, os cinco maiores bancos do país - Banco do Brasil (BB), Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa - fecharam 2018 com nada menos que R$ 18,7 bilhões em bens retomados em garantia de empréstimos inadimplentes. Cerca de 90% do valor se refere a imóveis. A questão colocou um elefante branco na sala dos banqueiros, já que os imóveis retomados consomem dinheiro. E, com a economia fraca, as instituições não conseguem encontrar compradores. Se inundarem o mercado com uma oferta muito grande, podem minar a recuperação das empreiteiras. As duas maiores do país - MRV e Cyrela - tinham estoque de R$ 13,1 bilhões no fim do ano passado. Maior banco de crédito habitacional do país, a Caixa também busca soluções para se desfazer de um estoque de 62,9 mil imóveis, dos quais 29,5 mil entraram no balanço ao longo de 2018. Boa parte dos imóveis assumidos pela Caixa veio do MCMV, destinado à população de baixa renda. Encontrar compradores individualmente não é tarefa simples. O programa habitacional também é a origem de mais de 80% dos 1,9 mil imóveis que o Banco do Brasil tinha no fim do ano passado. Leia a reportagem na íntegra