Execração pública: Cartazes com “NaufraGuedes” são colocados na Faria Lima

Ministro da Economia de Jair Bolsonaro, cada vez mais desmoralizado entre investidores e magnatas do mundo dos negócios, é alvo de novo protesto na avenida que é o centro financeiro do Brasil

Foto: Paulo Guedes (Diário do Centro do Mundo/Reprodução)
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O ministro da Economia do governo de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, atualmente sob execração pública até entre investidores e magnatas do mundo dos negócios, voltou a ser alvo de um protesto na avenida que é o centro financeiro do Brasil, a Faria Lima, em São Paulo.

Um gigantesco cartaz com a inscrição “NaufraGuedes”, com quatro metros de altura e 12 de comprimento e que conta ainda com uma imagem do “Posto Ipiranga” e do presidente da República, foi colado num muro do endereço onde estão os escritórios das maiores empresas do país, chamando a atenção de todos que passam pelo local a pé, de carro, ou de ônibus.

A ação, que não é a primeira, é de autoria de um coletivo de comunicadores que já estampou os rostos do líder extremista de direita e do economista ultraliberal em outras intervenções, sempre com palavras de protesto e mensagens irreverentes, como “Faria Loser”, “BolsoCaro”, e até uma imensa cédula de dólar com a cifra de US$ 9.550.000, o valor astronômico que Paulo Guedes mantém em segurança num paraíso fiscal no Caribe, isento de impostos.

Em entrevista ao diário conservador paulista Folha de S.Paulo, um dos membros do coletivo, que não quis se identificar, explicou o novo protesto e por quais razões a política econômica de Guedes é vista como um “naufrágio”.

"Quando se apresentou como fiador de Bolsonaro, Guedes prometia ser o verdadeiro capitão da economia. Hoje está claro que Paulo Guedes afundou a economia e se tornou, ele mesmo, um náufrago no governo. Agarrado ao cargo, sem controle algum, à deriva dos interesses do centrão”, argumentou.

"Faria Loser"

Em 28 de agosto deste ano, também no maior centro financeiro do Brasil, a avenida Faria Lima, grandes cartazes com o rosto de Guedes e a expressão “Faria Loser” (perdedor, em inglês, assim como um trocadilho com “Faria Limer”, usada para identificar os homens e mulheres elegante e soberbamente vestidos que circulam pela região) foram colados nos muros.

Segundo os ativistas que expõem os horrores do governo radical de Bolsonaro em grandes imagens espalhados pela capital, que não quiseram se identificar, a ideia de colocar Guedes, já retratado como “superministro”, como um “perdedor”, justamente naquela região onde estão seus principais entusiastas e apoiadores, foi para retratar aos donos do dinheiro os fracassos da política econômica do homem que já trabalhou até para a sanguinária ditadura chilena de Augusto Pinochet.

Dinheiro nas Ilhas Virgens Britânicas

Em 7 de outubro Paulo Guedes foi alvo de outro protesto por meio de lambe-lambes, nos quais estampava uma nota US$ 9.550.000 em muros da avenida Faria Lima, onde se concentram bancos e empresas do sistema financeiro na capital paulista.

O valor é uma referência ao montante depositado na offshore Dreadnoughts International Group, que pertence a Guedes, à esposa e à filha, nas Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe, um conhecido paraíso fiscal, onde o ministro mantém em segurança sua fortuna, enquanto derrete a economia brasileira e esfacela o real frente às principais moedas estrangeiras.