Feminicídio: marido mata esposa grávida de 8 meses

De acordo com a OMS, o Brasil tem a quinta maior taxa de feminicídio do mundo. O número de assassinatos chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres

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De acordo com a OMS, o Brasil tem a quinta maior taxa de feminicídio do mundo. O número de assassinatos chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres Da Redação* Daiane Reis Mota, grávida de oito meses, foi assassinada neste domingo (17) pelo próprio marido, um dia antes da data marcada para o parto.  O crime aconteceu na cidade de Serrinha, a cerca de 170 km de Salvador. Adilson Prado Lima Júnior confessou que matou a mulher e foi preso pela Polícia Civil. Ajude a Fórum a fazer a cobertura do julgamento do Lula. Clique aqui e saiba mais. Ele havia denunciado inicialmente o desaparecimento da vítima, depois de sair para fazer compras, mas a polícia desconfiou da versão dele, que acabou contando que cometeu o crime. A polícia constatou, por meio de câmeras de segurança, que a vítima saiu de casa com o marido no carro de um irmão dela na tarde de sábado (16), quando foi morta. Adilson contou que chegou a esconder pertences para dificultar a identificação da vítima. Ele foi indiciado pelo crime de feminicídio e deve ser levado ao presídio de Serrinha. O corpo de Daiane foi achado em um matagal da zona rural, no povoado de Murici, por ciclistas que faziam trilhas e chamaram a polícia, e levado ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Serrinha. O sepultamento está marcado para as 10h desta segunda-feira, no Cemitério Jardim das Acácias, do bairro Cidade Nova. Brasil tem a quinta maior taxa de feminicídio do mundo De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem a quinta maior taxa de feminicídio do mundo. O número de assassinatos chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres. O Mapa da Violência de 2015 aponta que, entre 1980 e 2013, 106.093 pessoas morreram por sua condição de ser mulher. As mulheres negras são ainda mais violentadas. Apenas entre 2003 e 2013, houve aumento de 54% no registro de mortes, passando de 1.864 para 2.875 nesse período. Muitas vezes, são os próprios familiares (50,3%) ou parceiros/ex-parceiros (33,2%) os que cometem os assassinatos. Com a Lei 13.140, aprovada em 2015, o feminicídio passou a constar no Código Penal como circunstância qualificadora do crime de homicídio. A regra também incluiu os assassinatos motivados pela condição de gênero da vítima no rol dos crimes hediondos, o que aumenta a pena de um terço (1/3) até a metade da imputada ao autor do crime. Para definir a motivação, considera-se que o crime deve envolver violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de mulher. *Com informações do G1 Foto: Redes Sociais