Dentre as pessoas que hoje aguardam na fila interminável do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), estão 108,3 mil mulheres que solicitaram o salário-maternidade. Todos esses pedidos estão atrasados, pois estão sob análise há mais de 45 dias.
A demora na concessão do benefício prejudica, principalmente, desempregadas e trabalhadoras domésticas, rurais e autônomas que se afastam das suas atividades por motivo de parto, aborto espontâneo e adoção. As trabalhadoras formais permanecem recebendo o salário do empregador durante o afastamento.
O INSS atravessa um momento de colapso em seu atendimento. De acordo com reportagem do Agora São Paulo, 1,3 milhão de requerimentos, como aposentadorias e auxílio-doença, estão com tempo de espera além do limite. Só no Ceará, são 97 mil cidadãos submetidos a análises que chegam a durar seis meses.
Uma das soluções proposta pelo presidente Jair Bolsonaro foi de contratar 7 mil militares da reserva para diminuir as filas. O colapso do atendimento, no entanto, é resultado de uma diminuição no quadro de funcionários ao longo dos anos: de 2016 a 2019, o quadro caiu de 33 mil para 23 mil.