Homem implora por comida em prédios de Brasília: "Por favor, é fome!"; veja vídeo

Segundo o jornalista Carlos Alberto Jr., que gravou o vídeo, cena de famílias pedindo alimentos na quadra de seu prédio tem se repetido semanalmente

Homem implora por comida entre prédios de Brasília (Reprodução/Twitter)
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Mais uma imagem que escancara a miséria que assola o país viralizou nas redes sociais. Um vídeo mostra um homem entre prédios em Brasília (DF) gritando para as janelas e implorando aos moradores por um pouco de comida.

"Tenho família, filhos, meu nome é Marcos. Alguém tem um pouco de arroz, leite? É fome! Por favor, é fome!", diz o homem, desesperado.

As imagens foram gravadas pelo jornalista Carlos Alberto Jr. que, ao divulgá-las nesta terça-feira (2), afirmou que a cena tem se repetido semanalmente.

"Essa cena tem se repetido toda semana aqui na quadra. Famílias famintas param embaixo dos blocos e pedem qualquer tipo de ajuda. Esse rapaz se apresenta como Marcos e grita: 'É fome!'. Eu nunca havia presenciado isso na vida!", escreveu.

Assista.

https://twitter.com/cajr1569/status/1455512136864649217

Fome no Brasil

Pesquisa divulgada em outubro pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN) revela que, no período abrangido pelo levantamento (5 a 24 de dezembro de 2020), apenas 44,8% dos lares tinham seus moradores e moradoras em situação de segurança alimentar, ou seja, 55,2% dos lares conviviam com a insegurança alimentar, um aumento de 54% desde 2018 (36,7%).

Em números absolutos, 116,8 milhões de brasileiros não tinham acesso pleno e permanente a alimentos, desses, 43,4 milhões (20,5% da população) não contavam com alimentos em quantidade suficiente (insegurança alimentar moderada ou grave) e 19,1 milhões (9% da população) estavam passando fome (insegurança alimentar grave).

O Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 foi realizado em 2.180 domicílios nas cinco regiões do país, em áreas urbanas e rurais, entre 5 e 24 de dezembro.