Horas após publicar decreto estabelecendo toque de recolher das 20h às 5h a partir de segunda-feira (1º), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), decidiu antecipar a medida e endurecê-la ainda mais, imponto o que está sendo chamado de "lockdown total", isto é, o fechamento de todos os serviços não essenciais do estado 24 horas por dia.
A medida começa a valer a partir da meia-noite deste sábado (27) e não tem data para ser suspensa.
"A escalada dos casos nos obriga a interferir diretamente, e eu decidi decretar lockdown para tentar conter esse avanço da doença. Ninguém fica feliz com uma decisão dessa, ao contrário, mas é preciso ter responsabilidade nessa hora, ainda que seja uma medida impopular. Só os serviços fundamentais vão funcionar e o decreto sai ainda hoje, em edição extra do Diário Oficial", afirmou o governador.
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Segundo o governo, somente poderão funcionar durante o lockdwon supermercados, postos de combustíveis, funerárias, igrejas, escolas e faculdades e estabelecimentos de saúde. Restaurantes deverão funcionar apenas no esquema delivery e fica proibida a venda de bebidas alcoólicas para serem consumidas no interior dos estabelecimentos.
A medida vem na esteira da superlotação de leitos para tratamento de Covid no DF e a explosão de casos confirmados e mortes causadas pela doença que vem sendo observada em inúmeras regiões do país.
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil vive o pior cenário já observado durante a pandemia. As taxas de ocupação de UTIs do sistema público estão acima de 80% em 17 capitais, mas muitas cidades já enfrentam 100% de ocupação dos leitos.
O médico e pesquisador Miguel Nicolelis, coordenador do Comitê Científico do Consórcio Nordeste, disse em entrevista a O Globo nesta sexta que há a possibilidade de um colapso nacional e exigiu um lockdown em todo o país.