Homem que ameaçou repórter da Globo é militante de direita e de conhecida família de juristas de Natal

“Mexeu com o Exército, assinou sua sentença! Sua família vai pagar! Aguarde cartas!”, diz um trecho do seu post

Erik Procópio de Moura. Foto: Reprodção
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Erik Procópio de Moura é o nome do homem que ameaçou o repórter da Rede Globo, Carlos de Lannoy, após reportagem feita pelo mesmo no Fantástico deste domingo sobe o fuzilamento de uma família no Rio de Janeiro. Procópio escreveu: “Mexeu com o Exército, assinou sua sentença! Sua família vai pagar! Aguarde cartas!”, diz um trecho do post. Incomodado com a ameaça, Carlos promete levar o caso para a Justiça. Erik é um conhecido militante da direita no Rio Grande do Norte. Ele é advogado e, de acordo com informações, pertence a uma família influente de juristas da capital potiguar. De acordo com levantamento desta Fórum, Eric foi nomeado, em 8 de março de 2018, pelo então governador Robinson Faria (PSD-RN), para exercer o cargo de provimento em comissão de Chefe de Grupo Auxiliar C-1, do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN). A assessoria de comunicação do Detran-RN informou à Fórum que Procópio não trabalha mais no órgão. A Fórum tentou contado com Erik Procópio por email e telefone, mas não obteve contado até o fechamento desta reportagem. Foram enviadas as seguintes perguntas ao advogado: Um perfil de Twitter com o seu nome ameaçou o jornalista Carlos de Lannoy na noite deste domingo. Posto isto, gostaria de fazer algumas perguntas: Foi você quem ameaçou o jornalista? Em caso positivo, por quê? Ainda em caso positivo, você é advogado, portanto está ciente que ameaça deste tipo é crime. O que você pretende fazer? O jornalista vai te processar. Como você pretende se defender? Entenda o caso O carro de uma família foi atingido por mais de 80 disparos, segundo perícia realizada pela Polícia Civil. Cinco pessoas estavam no carro e iam para um chá de bebê: pai, mãe, uma criança de 7 anos, o sogro e uma mulher. Os militares envolvidos no caso foram ouvidos, segundo a Polícia Civil, pelo próprio Exército — que entendeu que a investigação deveria ser militar. A Polícia Civil, no entanto, vê indícios para prisão em flagrante. Reportagem do portal G1 nesta segunda-feira informa que o delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, disse neste domingo que “tudo indica” que os militares do Exército que mataram Evaldo, atiraram ao confundirem o carro com o de assaltantes. Evaldo, de 51 anos, morreu na hora. Ele era músico e segurança O sogro dele, Sérgio, foi baleado e hospitalizado. A esposa, o filho de 7 anos e uma amiga não se feriram. Um pedestre que passava no local também ficou ferido ao tentar ajudar. Logo após a morte, o Comando Militar do Leste (CML) negou que tenha atirado contra uma família e disse que respondeu a uma “injusta agressão” de “assaltantes”. À noite, em outra nota, informou que o caso estava sendo investigado pela Polícia Judiciária Militar com a supervisão do Ministério Público Militar. Uma amiga da família, que estava dentro do carro, contestou a versão do Exército e disse que os militares não fizeram nenhuma sinalização antes de abrir fogo contra o veículo.