Pró-homofobia: Flávio Bolsonaro pede boicote à Fiat e Gerdau por demissão de Maurício

Senador se indignou com a rescisão de contrato do jogador de vôlei do Minas que fez postagem preconceituosa. Clã presidencial não esconde apoio a quem odeia homossexuais

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O senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ), filho mais velho do presidente da República, foi às redes sociais nesta quarta-feira (27) para encampar um boicote à montadora de automóveis italiana Fiat e à gigante nacional da siderurgia Gerdau, patrocinadoras da equipe de vôlei do Minas Tênis Clube, que pressionaram a agremiação pela demissão do jogador Maurício Souza, autor de uma postagem homofóbica. O atleta acabou tendo o contrato rescindido há poucas horas.

"Não compre produtos da Fiat e da Gerdau, são contra a liberdade de opinião! Estes patrocinadores do vôlei do Minas Tênis Clube são os responsáveis pela perseguição ao grande Maurício Souza! Comer o pão que o diabo amassou pra vencer na vida, pelos próprios méritos, não vale nada para esses patrocinadores.
Toda minha solidariedade a você, Maurício! Não vai faltar time querendo seu talento e respeitando suas opiniões", escreveu o parlamentar extremista, para quem pregar ódio a seres humanos com orientação sexual diferente da dele é "liberdade de opinião".

O fato é que os membros da família Bolsonaro já nem disfarçam mais a predileção e o apoio a grupos e figuras que propagam gratuitamente incivilidades e barbarismos, especialmente contra gays, lésbicas, transexuais e pessoas com orientações sexuais diferentes da heteronormatividade.

Maurício, percebendo que seria punido por seu comportamento execrável, ainda tentou divulgar nesta tarde um vídeo com poucas palavras e que não era exatamente um pedido de desculpas.

"Vim para pedir desculpas a todos os que se sentiram ofendidos com a minha opinião, por eu defender aquilo em que acredito", disse o campeão olímpico de 33 anos, sem convencer muito.

Homofobia

A celeuma em torno da punição ao jogador começou após ele publicar uma mensagem preconceituosa nas redes sociais relacionada ao anúncio feito pela DC Comics de que o novo Superman será bissexual.

"Ah, é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar", escreveu Maurício na ocasião.

Atacado por todos os lados, o atleta da seleção brasileira de vôlei, que é bolsonaristas convicto, insistiu na posição homofóbica e usou os mesmos argumentos da claque radical que venera o presidente.

"Infelizmente, a gente não pode ?mais dar opinião, não pode mais colocar os valores acima de tudo, os valores da família", reforçou.