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Os últimos dias de 2019 foram marcados por mais um caso de homofobia no Brasil. Neste domingo (22), o contador Rafael Dias, de 33 anos, foi alvejado por três disparos de arma de fogo feitos por um idoso simplesmente pelo fato de ser gay - ao menos é o que informam as testemunhas.
De acordo com Igor Fernandes, amigo de Rafael, o jovem estava promovendo uma festa em seu apartamento no bairro da República, no centro de São Paulo, quando começou a ser insultado pelo aposentado Adel Abdo, de 89 anos. O idoso, antes de efetuar os disparos, teria dito que iria "meter bala" nos convidados da festa, que "viado tem que morrer" e que não queria "gay no prédio". "Para ser sincero, a confusão só começou porque era uma festa com pessoas gays", disse a testemunha.
Após as ameaças e as ofensas homofóbicas, Abdo ficou esperando o dono do apartamento na entrada do prédio e disparou três vezes. Um dos tiros atingiu o rosto de Rafael Dias, que foi internado e submetido a uma cirurgia. Seu estado de saúde é estável.
O aposentado, por sua vez, foi preso em flagrante, entregou a arma e confessou o crime. Após audiência de custódia nesta segunda-feira (23), no entanto, o autor dos disparos foi liberado sob a condição de manter distância da família da vítima, não portar armas, manter endereço fixo e acatar ordem da Justiça para prestar depoimento.
O advogado da vítima, José Beraldo, informou que defenderá, junto à Justiça, que o caso seja julgado como crime de homofobia.