#InFuxWeTrust: Em discurso de posse, novo presidente do STF afaga a Lava Jato

Luiz Fux, o homem de confiança de Moro e Dallagnol, assume a presidência do STF em meio a inúmeras derrotas que a operação Lava Jato vem sofrendo na Corte

Foto: Nelson Jr/STF
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O ministro Luiz Fux assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (10) e, em seu discurso de posse, fez afagos à operação Lava Jato, que vem sofrendo inúmeras derrotas na Corte impostas, principalmente, pela segunda turma.

Durante sua fala, Fux, que é notoriamente o maior defensor da Lava Jato no Supremo, disse que não permitirá obstruções no combate à corrupção. "Aqueles que apostam na desonestidade como meio de vida não encontrarão em mim qualquer condescendência, tolerância ou mesmo uma criativa exegese do Direito. Não permitiremos que obstruam os avanços que a sociedade brasileira conquistou nos últimos anos, em razão das exitosas operações de combate à corrupção autorizadas pelo Poder Judiciário brasileiro, como ocorreu no mensalão e tem ocorrido com a Lava Jato", declarou, sinalizando que encampará uma tentativa de mudança de cenário com relação à operação na Corte.

Como prova de sua aliança com a Lava Jato, reportagens da Vaza Jato de junho de 2019 revelaram diálogos em que o ex-coordenador da Operação em Curitiba, Deltan Dallagnol, dizia aos procuradores da força-tarefa que eles poderiam "contar" com o ministro. O ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro respondeu uma das mensagens com “Excelente. In Fux we trust”, o que fez com que a frase chegasse aos trending topics do Twitter.

Em outro ponto de seu discurso, em um claro recado a Jair Bolsonaro, que estava presente na cerimônia, Fux disse que a harmonia entre os Poderes não deve ser confundida com "subserviência".

"A interpretação da Constituição deve refletir e justapor, sem paixões, os valores que formam a cultura política e a identidade do povo brasileiro. Judicatura requer a consciência de que a autoridade de nós juízes repousa na crença de cada cidadão brasileiro de que as decisões judiciais decorrem de um exercício imparcial e despolitizado de alteridade", disse ainda.

Fux substitui Dias Toffili no posto mais alto do judiciário brasileiro e comandará o STF pelos próximos dois anos. A ministra Rosa Weber assumiu como vice-presidente da Corte.

Confira aqui a trajetória de Fux até se tornar presidente do STF.

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