Irmão de Beto Richa é preso pela Operação Lava Jato

Uma das acusações que recaem sobre Pepe é o uso de dinheiro ilegal na compra de um terreno em Balneário Camboriú (SC), por R$ 500 mil em espécie.

Jonas Oliveira/SECS
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Pepe Richa, irmão do ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), foi preso na 55ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta quarta-feira (26) em cidades do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. Além de Pepe, outras 18 pessoas tiveram mandado de prisão expedido - 3 preventivos e 15 temporárias - na ação, que investiga irregularidades nas rodovias pegadiadas do Paraná. Uma das acusações que recaem sobre Pepe é o uso de dinheiro ilegal na compra de um terreno em Balneário Camboriú (SC), por R$ 500 mil em espécie, no período de vigência do esquema de irregularidades. Primo de Richa, o empresário Luiz Abi Antoun, um dos alvos de prisão temporária, está no exterior. Segundo o Ministério Público Federal, Abi era o responsável pelo repasse de parte da propina a Richa. O esquema foi denunciado pelo ex-diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER) Nelson Leal Júnior, em delação premiada. Leal Júnior foi preso em fevereiro deste ano na primeira fase da Operação Integração, que focou em contratos da concessionária Econorte com o DER-PR, e firmou acordo de colaboração com a Justiça. Na delação, o ex-diretor do DER contou ter se encontrado com Richa em 2014 para tratar de reclamações de que o operador financeiro não estaria repassando os valores para Abi. De acordo com Nelson Leal Júnior, o esquema de pagamento de propina em troca da “boa vontade” de órgãos locais com as demandas das concessionárias que compõem o chamado Anel da Integração passou por três governos distintos do estado – Jaime Lerner, Roberto Requião e Beto Richa –, seguindo até janeiro deste ano. “O ex-governador [Beto Richa] seria um dos beneficiários finais do esquema por meio de Luiz Abi. Em relação a outros governos, deve ser aprofundada a investigação para saber a extensão da consciência dos outros ex-governadores, mas até onde a gente sabe, esses esquemas se estendem da área técnica à esfera política”, disse o procurador Diogo Castor de Mattos, da Lava Jato.