Isolado na comunidade internacional, Bolsonaro visitará Suriname e Guiana

Lançado no limbo dos párias após uma política relações exteriores de enfrentamento sem objetivos, líder radical fará um tour pelas duas pequenas nações amazônicas do norte da América do Sul

Imagem: YouTube/Reprodução
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Após três anos de um fracasso retumbante nas relações internacionais, à frente de uma política de enfrentamento gratuito e sem objetivos às potências estrangeiras e a aliados históricos, o presidente Jair Bolsonaro anunciou seu próximo tour pelo exterior: o Suriname e a Guiana, duas pequenas repúblicas localizadas em meio à floresta amazônica que ficam no norte da América do Sul.

Na pauta dos encontros que ocorrerão nas duas capitais vizinhas, Paramaribo e Georgetown, respectivamente no Suriname e na Guiana, Bolsonaro tratará de questões energéticas, já que o segundo país poderia realizar uma parceria com o Brasil para expandir sua rede de distribuição para o estado de Roraima, fronteiriço com a ex-colônia britânica, e única unidade federativa brasileira que não está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O território roraimense depende há anos da energia gerada na Venezuela, país insultado e demonizado pelo líder extremista brasileiro por conta de sua tresloucada visão ideológica ultrarreacionária de mundo.

Em termos econômicos, os dois países mantêm uma balança comercial irrisória com a maior nação do continente. O Brasil exportou apenas US$ 38,5 milhões para o Suriname em 2021 e importou inexpressivos US$ 1,2 milhão, enquanto que com a Guiana os números, ainda insignificantes, foram um pouco maiores: US$ 111,7 milhões em exportações e US$ 6,8 milhões em importações.

A visita de estado do atual ocupante do Palácio do Planalto foi uma das poucas opções que sobraram ao político radical após as agressões fortuitas praticadas por ele próprio e por sua chancelaria a países vizinhos da América do Sul, sobretudo por questões relacionadas a eleições locais, assim como foi resultado das hostilidades com países da União Europeia, com a China e com os EUA, a quem se manteve profundamente subserviente durantes os anos de governo de Donald Trump.

Após a derrota do magnata para Joe Biden, atual residente da Casa Branca, a diplomacia brasileira comprou uma irracional briga contra os resultados eleitorais de lá e passou a se afastar da única nação com quem manteve estreitos laços desde o início do mandato de Bolsonaro, em janeiro de 2019.