Jair Bolsonaro e filhos se calam sobre apologia ao nazismo de Monark e Adrilles

Única manifestação formal feita até agora partiu da ministra da Mulher, Damares Alves. Bajulador do clã, Adrilles disse recentemente, em entrevista a Eduardo Bolsonaro, que o presidente merecia um prêmio Nobel da Paz

Adrilles Jorge dá entrevista a Eduardo Bolsonaro. (Foto: Reprodução/Youtube)
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Jair Bolsonaro (PL) e os filhos, conhecidos pela comoção seletiva e falta de posicionamento em diversos episódios graves, se calaram sobre a apologia ao nazismo feita por Bruno Aiub, o Monark, e Adrilles Jorge, ex-comentarista da Jovem Pan - ele foi demitido nesta quarta-feira (9).

A primeira manifestação formal feita pelo governo foi através do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, de Damares Alves. Além de ter emitido uma nota, a ministra tuitou: "Minha solidariedade ao povo israelense e à comunidade judaica. O holocausto não foi brincadeira, jamais devemos esquecer as barbaridades promovidas pelos nazistas".

Já na nota, a pasta informa que "acompanhará os desdobramentos do caso, com a expectativa de que os fatos sejam apurados e elucidados a fim de que o sofrimento causado pelo regime nazista entre os anos de 1933 e 1945, que perseguiu e assassinou mais de 6 milhões de judeus europeus, não encontre guarida em território nacional”.

https://twitter.com/DamaresAlves/status/1491162669256409089?s=20&t=zP-AOkZ2vfQ7r3TF4F5d3w

Adrilles deu entrevista a Eduardo Bolsonaro

Defensor do presidente, Adrilles costumeiramente faz bajulações ao clã Bolsonaro. Em julho de 2021, ao comentar as acusações de corrupção contra o mandatário, o ex-BBB chamou as “rachadinhas” de “acordo entre patrão e funcionário”.

Em entrevista recente ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), ele elogiou a postura do presidente diante da pandemia da Covid-19 e disse que ele é merecedor de um prêmio Nobel da Paz.

Adrilles também lamentou que Bolsonaro seja “demonizado, perseguido e massacrado como um ditador” e afirmou que isso é fruto de uma “esquizofrenia latente” da esquerda.

Apologia ao nazismo já aconteceu no governo

A falta de posicionamento por parte da família Bolsonaro não surpreende, visto que eles mesmo flertam com a defesa de torturadores e regimes ditatoriais. Inclusive, já houve casos semelhantes de apologia ao nazismo por parte de mais de um integrante do governo.

Um dos episódios mais emblemáticos foi quando o assessor especial de Assuntos Internacionais de Jair BolsonaroFilipe Martins, fez com as mãos um gesto que parece remeter ao símbolo “WP”, em referência a lema “white power” (“supremacia branca”). Posteriormente, ele alegou que estaria só arrumando a lapela.

O ex-secretário nacional de Cultura, Roberto Alvim, foi demitido após divulgar um vídeo com conotação nazista, em que fazia uma adaptação da frase de Goebbels (leia a comparação aqui) dizendo que “a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional". A estética também remontava ao regime.