Jovem Pan afasta Adrilles Jorge após saudação nazista

Comentarista não deve participar do Morning Show nesta quarta-feira (9). Ex-BBB fez gesto enquanto falava sobre a declaração de Monark, que defendeu a formação de um partido nazista

Comentaristas Diogo Schelp e Adrilles Jorge (à direita). (Foto: Reprodução/Jovem Pan)
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A Jovem Pan afastou o comentarista Adrilles Jorge após ele ter feito, durante programa da emissora nesta terça-feira (8), uma saudação nazista. Dessa forma, ele não deve participar do programa Morning Show desta quarta-feira (9). A informação é do Poder360.

Segundo o UOL, Adrilles foi demitido. Em nota, o Grupo disse repudiar qualquer manifestação em defesa do nazismo e suas ideias e que os comentaristas têm liberdade para emitir opiniões, desde que dentro dos limites da lei.

O comentário foi feito enquanto o ex-BBB falava sobre a declaração de Bruno Aiub, o Monark, que defendeu a formação de um “partido nazista reconhecido pela lei” em entrevista com Tabata Amaral (PSB-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP) no Flow Podcast.

Em seu argumento, ele usou a velha tática de bolsonaristas e ultraconservadores de tentar equiparar o nazismo ao comunismo. Ao ser interrompido ao final, Adrilles se despediu com a palma da mão estendida que ficou conhecida como a saudação ao líder nazista Adolf Hitler.

Percebendo o gesto, o apresentador do programa, William Travassos, balançou a cabeça e disse baixinho: "chocado com isso". Ao lado, Adrilles deu uma risada sarcástica.

O comentarista da Jovem Pan News Diogo Schelp, que também estava presente no programa, afirmou nas redes sociais que sentiu “repulsa” ao ver que o gesto foi associado ao nazismo.

"O que posso dizer é que me provoca repulsa, por tudo o que já pesquisei e escrevi sobre o assunto, ver minha imagem na tela ao lado de um gesto que foi interpretado, corretamente ou não, como uma saudação nazista", escreveu.

https://twitter.com/DiogoSchelp/status/1491373823383707653?s=20&t=vC51w-j_nTmEMSn6flUfsw

Internet pede demissão de Adrilles

A desculpa do comentarista, de que o seu tchau foi interpretado de forma errada, não colou entre os internautas. “Adrilles Jorge sabe o que fez. Sabe a saudação que fez. Sabe o que ela significa. Fez de propósito num debate sobre nazismo. Em seguida, ri, sozinho, ante a incredulidade de seus companheiros de programa. Ele sabe o que fez. Todos sabemos. E a Jovem Pan, o que fará?”, questionou o jornalista William de Luca.

Muitas pessoas sugeriram que o ex-BBB seja demitido da Jovem Pan e alguns pediram que a Procuradoria-Geral da República (PGR), que abriu investigação contra Kim Kataguiri e Monark, inclua o ex-BBB no inquérito. “Esse Adrilles é repugnante. Alô PGR, tem mais gente que precisa ser investigada e punida por apologia ao nazismo!”.

William de Lucca lembrou, ainda, de outros gestos supostamente nazistas feitos por integrantes do governo que posteriormente também foram “mal interpretados”, como quando o assessor de Jair Bolsonaro (PL) Filipe Martins alegou que estaria só arrumando a lapela.

Saiba quem é Adrilles Jorge

Acusado de homofobia, racismo, assédio e agora nazismo, Adrilles foi contratado pela Jovem Pan após sucessivas defesas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e críticas a Lula (PT).

Inicialmente, ele fazia parte apenas do elenco do programa Morning Show, onde foi colocado para defender as ideias da extrema direita conservadora. Posteriormente, foi ganhando espaço na emissora, e hoje participa de outros programas como comentarista.

Antes de se destacar na empresa, Adrilles, que tem 47 anos, formou-se em jornalismo na PUC-MG e se especializou em arte moderna. Atuou como repórter, editor, produtor de televisão, revisor, redator e colunista. Em 2015, foi um dos participantes do reality show Big Brother Brasil, da Globo.

Em julho de 2021, ao comentar as acusações de corrupção contra Bolsonaro, o ex-BBB chamou as “rachadinhas” de “acordo entre patrão e funcionário”. “Se alguém decidir de comum acordo te dar um dinheiro, não é roubo”, pontuou. Ele também já fez declarações negacionistas, minimizando a gravidade da pandemia da Covid-19.