Escrito en
BRASIL
el
Thiago Brandão Boghi, que é fã de Sérgio Moro e já enquadrou o MST como "organização criminosa", se supera e agora cita "o presidenciável Bolsonaro" como referência para negar, em sentença, um direito a um réu condenado por roubo
Por Redação
O pensamento de ultradireita destilado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) se tornou referência, agora, até no âmbito jurídico. O juiz Thiago Brandão Boghi, da cidade de Santa Helena, em Goiás (TJ-GO), parafraseou o parlamentar para negar, em sentença publicada nesta semana, um pedido jurídico de progressão ao regime aberto feito por um detento condenado por roubo. A progressão ao regime aberto é um direito dos réus.
"Todo mundo sabe das péssimas condições em que se encontram quase todos os presídios do país. Parafraseando o presidenciável Jair Bolsonaro era só o apenado não roubar, que não iria para o presídio. Roubou, vai ter que cumprir pena, nos moldes da sentença", escreveu o magistrado. A informação foi fornecida em primeira mão pelo site Viomundo e repercutida pelo ConJur.
Na sentença, Boghi fez referência a uma fala de Bolsonaro na ocasião da chacina de presos em Pedrinhas, no Maranhão. Os chacinados seriam culpados pela própria morte, de acordo com o deputado do PSC.
Apesar do absurdo em se referir a um parlamentar controverso em uma decisão judicial, não é estranha essa atitude vinda de Boghi, uma vez que suas posições à direita são bastante conhecidas.
Ele é assumidamente fã de Sérgio Moro (foi um dos magistrados que assinaram uma nota de apoio ao curitibano) e se tornou conhecido ao decretar, em junho de 2016, a prisão preventiva de Valdir Misnerovicz e Luiz Batista Borges, militantes do MST, e enquadrar o movimento como uma "organização criminosa".
Confira, abaixo, a íntegra da sentença em que Boghi cita Bolsonaro.