Lula envia carta ao cubanos: "Tenham orgulho de seus médicos"

Da prisão em Curitiba, ex-presidente escreveu uma carta que foi publicada no jornal Juventud Rebelde em que lamenta a saída dos cubanos do programa Mais Médicos; "Eu lamento que o preconceito do novo governo contra os cubanos tenha sido mais importante que a saúde dos brasileiros"

Foto: Ricardo Stuckert
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O ex-presidente Lula, da prisão em Curitiba (PR), escreveu uma carta aos cubanos que foi publicada neste sábado (15) no jornal Juventud Rebelde e reproduzida no jornal Gramna em que agradece aos médicos de Cuba o trabalho realizado no Brasil e lamenta a saída dos profissionais do programa Mais Médicos. O governo cubano decidiu em novembro sair do programa e tirar seus médicos do Brasil por conta das declarações "ameaçadoras e depreciativas" do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de alterar as regras do programa, que levou centenas de médicos para regiões pobres e remotas do Brasil onde não havia qualquer tipo de assistência de saúde. “Eu lamento que o preconceito do novo governo contra os cubanos tenha sido mais importante que a saúde dos brasileiros que moram em comunidades mais distantes e carentes", escreveu Lula. No texto, o petista não poupou elogios ao sistema de Saúde cubano e aos programas que levam médicos do país para todo o mundo. "É muito bom ver como uma ilha latino-americana exporta médicos em todo o mundo. Muito melhor do que os países ricos, que exportam soldados, lançam bombas em comunidades pobres. Cuba, por sua vez, exporta vida, amor e saúde", pontuou o ex-presidente. Confira a íntegra da carta de Lula, em espanhol, aqui. Mais Médicos  Instituído em 2013 pela ex-presidenta Dilma Rousseff, o programa levou para cidades isoladas do Brasil centenas de médicos cubanos para preencher vagas de médicos brasileiros que se recusaram a trabalhar nesses lugares. Ao todo, os médicos cubanos  atenderam mais de 63 milhões de pessoas em mais de 4 mil municípios, de acordo com o Ministério da Saúde. Reportagem de Matheus Magenta, no site da BBC News, informa que estudos revelam que o Programa Mais Médicos evitou 521 mil internações, gerando uma economia de R$ 840 milhões aos cofres públicos no ano de 2015