Mackenzie expulsa estudante que gravou vídeo armado e ameaçou matar negros

Pedro Baleotti, eleitor de Jair Bolsonaro, divulgou um vídeo no dia da votação do primeiro turno em que aparece armado e proferindo ameaças de cunho racista; à época, estudante de Direito perdeu o estágio e foi suspenso pela universidade que, agora, ao término da sindicância, optou pela sanção disciplinar máxima, que é a expulsão

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A Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, expulsou um estudante de Direito que, em outubro, apareceu em um vídeo de cunho ameaçador e racista. A expulsão foi divulgada pelo coletivo negro da instituição, o Afro Mack. VÍDEO: Identificado um dos homens que aparece em vídeo atacando nordestinos Em 28 de outubro, dia da votação do primeiro turno da eleição presidencial, o estudante Pedro Baleotti divulgou um vídeo anunciando que estava indo votar em sua cidade, Londrina (PR),  "armado com faca, pistola, o diabo, louco pra ver um vadio, vagabundo com camiseta vermelha e já matar logo". "Essa negraiada vai morrer! Vai morrer! Capitão, levanta-te, o povo brasileiro precisa de você", dizia, em referência ao presidente eleito Jair Bolsonaro. Nas imagens, inclusive, Blaeotti aparece vestindo uma camiseta com uma foto do capitão da reserva. Fórum terá um jornalista em Brasília em 2019. Será que você pode nos ajudar nisso? Clique aqui e saiba mais Ao tomar conhecimento do fato, à época, a universidade divulgou uma nota informando que "tais opiniões e atitudes são veementemente repudiadas", suspendeu preventivamente o aluno e anunciou a abertura de uma sindicância para apuração e aplicação das sanções cabíveis, conforme dispõe o Código de Decoro Acadêmico da Universidade. Baleotti também foi demitido do escritório de advocacia em que fazia estágio. Os estudantes do Mackenzie, então, começaram a fazer pressão para que o aluno fosse expulso através de atos e manifestações e, nesta semana, finalmente, a instituição optou pela sanção máxima, que é a expulsão. "Agradecemos todos que endossaram a luta, que compareceram aos protestos e se indignaram com o racismo presente na ação do aluno. Pedimos que continuem a se indignar e apoiar pessoas e coletivos negros (as). A referida decisão demonstra a seriedade e o compromisso da universidade no combate ao racismo. O que é de suma importância não somente para comunidade mackenzista, mas para toda sociedade", escreveu o coletivo Afro Mack em uma nota divulgada pelas redes sociais, que acompanha trecho de um parecer do Ministério Público do São Paulo que confirma a expulsão. O parecer do MP, que Fórum teve acesso, determina o arquivamento de um processo aberto a partir de representações da Educafro e do PT  contra o estudante. Em sua decisão, o promotor de Justiça de Direitos Humanos, Eduardo Ferreira Valerio, considera que o caso não vislumbra racismo institucional, mas sim, conduta individual, e já foram tomadas providências "suficientes", como o desligamento da universidade. Confira a íntegra do documento aqui. O Mackenzie ainda não divulgou nota pública sobre o caso. Agora que você chegou ao final deste texto e viu a importância da Fórum, que tal apoiar a criação da sucursal de Brasília? Clique aqui e saiba mais