Mãe de Miguel, que caiu de prédio em Recife, é registrada como funcionária da Prefeitura de Tamandaré

Mirtes Renata de Souza atuava como trabalhadora doméstica na casa do prefeito Sérgio Corte Real. Miguel, de 5 anos, caiu do nono andar do prédio após ser colocado no elevador pela primeira-dama, Sarí Corte Real, enquanto a empregada passeava com os cães da família

Miguel e a mãe, Mirtes (Montagem)
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A trabalhadora doméstica Mirtes Renata de Souza, mãe de Miguel Otávio Santana da Silva, menino de 5 anos que morreu ao cair do nono de edifício de luxo no Recife, está registrada como funcionária da prefeitura de Tamandaré, no litoral sul do Estado, cidade que tem como prefeito Sérgio Hacker Corte Real (PSB). As informações são de Mariana Moraes, no Diário de Pernambuco desta quinta-feira (4).

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Mirtes trabalhava no apartamento de Sérgio e saiu para passear com os cachorros, quando a primeira-dama, Sarí Corte Real, colocou o filho dela no elevador. Miguel parou no nono andar do prédio, onde caiu por uma janela e morreu. Sarí foi presa em flagrante logo após a morte do menino e liberada após pagar fiança de R$ 20 mil.

Segundo a reportagem, o nome da trabalhadora doméstica consta no Portal da Transparência de Tamandaré, ocupando o cargo de Gerente de Divisão, com lotação em Manutenção das Atividades de Administração. A data de matrícula consta como dia 1º de fevereiro de 2017 e não há data de desligamento, o que indica que Mirtes pode ter sido registrada como funcionário fantasma.

O cargo é comissionado, ocupado por indicação e não por concurso. No documento consta que Mirtes recebe um salário-mínimo, valor líquido de R$ 1.015,24 por mês.

Nome de Mirtes Santana entre servidores de Tamadaré (Reprodução)

Morte de Miguel
A morte de Miguel Santana repercute fortemente nas redes. O menino, de 5 anos, caiu do nono andar do Condomínio Píer Maurício de Nassau, após ser deixado aos cuidados de Sarí, enquanto a mãe, trabalhadora doméstica, saiu para passear com os cães da primeira-dama de Tamandaré.

Mirtes Renata Souza, mãe do garoto, contou que era empregada doméstica do prefeito de Sérgio Hacker, e da sua esposa, Sari Corte Real. "Se fosse eu, meu rosto estaria estampado, como já vi vários casos na televisão. Meu nome estaria estampado e meu rosto estaria em todas as mídias. Mas o dela não pode estar na mídia, não pode ser divulgado", desabafou.

Sarí e Sérgio Corte Real, primeira-dama e prefeito de Tamandaré (Reprodução)