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O ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, afirmou, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, que a empresa mantinha um funcionário responsável pelo pagamento de propina desde 1990. Segundo ele, o departamento de Operações Estruturadas Hilberto Mascarenhas, responsável por gerenciar as propinas, em 2005. Ainda de acordo com Marcelo a iniciativa partiu do funcionário, que passou a fazer um controle dos pagamentos, sem autorização do comando da empresa.
Isso desmonta a tese de que as propinas da Odebrecht foram pagas especialmente nos governos de Lula e Dilma. De acordo com Emílio Odebrecht, pai de Marcelo, a cobrança de propinas em obras públicas por parte da empreiteira começou ainda no governo militar.
Segundo o empresário, nos anos 1980, os pagamentos não contabilizados eram feitos dentro dos próprios projetos. "Mas esse modelo punha em risco a contabilidade da empresa como um todo - pensava-se que pessoas estavam roubando a empresa dentro da própria empresa. Então, a partir de 1990, decidiu um modelo em que os pagamentos não contabilizados passariam a ser feitos por doleiros e teriam pessoas responsáveis por isso no grupo", acrescentou ele.
Odebrecht prestou depoimento como réu em ação penal relativa à 26ª fase da Operação Lava Jato, que apura a existência de sistemas para o gerenciamento de propinas dentro da empresa, por onde foram efetuados pagamentos ao casal de publicitário João Santana e Mônica Moura.