Militar que depôs contra brigadistas de Alter do Chão diz que suspeita foi em “tom de brincadeira”

“Não tenho envolvimento algum nessa questão de afirmar, até porque eu não vi. O que eu não vejo, eu não tenho como afirmar nada em relação a isso”, destacou Jean Carlos Leitão em entrevista

Da esquerda para a direita: Marcelo Cwerver, Gustavo Fernandes, João Romano e Daniel Gutierrez, brigadistas de Alter do Chão - Foto: Divulgação
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Jean Carlos Leitão, militar da reserva e integrante da Associação dos Reservistas de Santarém (Ares), no Pará, revelou que a suspeita relatada à Polícia Civil do estado, responsabilizando brigadistas voluntários de Alter do Chão (PA) pelos incêndios na região, foi dita originalmente “em tom de brincadeira”, de acordo com informações do blog de Ana Carolina Amaral, da Folha de S. Paulo. “Eu disse que a gente estava lá conversando entre nós e surgiu essa conversa lá no meio do pessoal: ‘será que não foram esses caras que tocaram fogo aí?’. E foi até em tom de brincadeira que todo mundo estava, num momento de descontração”, afirmou. Não é sócio Fórum? Quer ganhar 3 livros? Então clica aqui. A declaração foi dada nesta quinta-feira (26), em uma entrevista ao programa Cartas na Mesa, da rádio Guarany FM, de Santarém. Leitão também negou ter acusado os brigadistas de crime. “Não tenho envolvimento algum nessa questão de afirmar, até porque eu não vi. O que eu não vejo, eu não tenho como afirmar nada em relação a isso”, destacou. Indagado se acredita que os brigadistas tenham cometido o crime, ele respondeu: “Eu não sei, não tenho absolutamente ideia, entendeu? Se foi criminoso ou não foi criminoso. Inclusive, no meu depoimento deixo isso claro. Eu fui depor porque a Polícia Civil veio aqui atrás de mim”, ressaltou. O depoimento de Leitão, de outras três pessoas ligadas à Ares e de dois caseiros são considerados de “extrema relevância” para “inferir que a responsabilidade da ocorrência de focos de incêndio na APA de Alter do Chão encontra esteio na atuação de integrantes da Brigada de Alter do Chão”, conforme diz o relatório de conclusão do inquérito da Polícia Civil do Pará. A defesa dos brigadistas Marcelo Cwerver, Gustavo Fernandes, João Romano e Daniel Gutierrez sustenta que houve ilegalidades no processo e direcionamento na investigação. ONGs Leitão preside o Instituto Cidadão Pró Estado do Tapajós (ICPET)). Ele acredita que a confusão entre seu depoimento e sua posição política tenha ocorrido pela polarização atual. Porém, ele tem proximidade pessoal com um conhecido detrator de ONGs ambientalistas e comunidades indígenas na região, Edward Luz, assessor parlamentar do ICPET. Luiz, em sua página na internet, comentou o indiciamento dos brigadistas: “Boas notícias para o Brasil que ajudam a desintoxicar a Amazônia e o oeste do Pará infestado de militantes esquerdistas”.